top of page

Resultados da busca

480 itens encontrados para ""

  • RUA FREI ARNO GUARAGNI

    RELIGIOSO QUE TRABALHOU EM TAQUARI FOI HOMENAGEADO ONTEM Em sessão da Câmara de Vereadores de Taquari - RS realizada na noite do dia 19 de setembro de 2019, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores o Projeto Lei, de autoria do vereador Clóvis Bavaresco, ex-aluno do Seminário Seráfico, que solicita a mudança do nome da Rua B, do Bairro São Francisco para Rua Frei Arno Guaragni. Se fizeram presentes no evento os Freis Gastão Zart (pároco) e o Frei Paulo Müller, o presidente da paróquia, Sr. Aldo Gregory, familiares do Frei Arno e várias lideranças. Frei Arno Guaragni trabalhou como vigário paroquial em Taquari no período de 2008 a 2017. Ele é muito estimado em Taquari, sobretudo por sua simplicidade, fé em Nossa Senhora, espírito de oração e devoção.

  • UM FREI QUE CELEBRA A MISSA CRIOULA

    Pe. Frei Rodrigo André Cichowicz, nascido em Alegria, RS, no noroeste gaúcho, atualmente mestre dos estudantes de Filosofia e Teologia em Porto Alegre - RS, nesta época próxima a data Farroupilha é solicitado para rezar a chamada Missa Crioula. Frei Paulo Eduardo, pela equipe de comunicação dos Freis Franciscanos partilha a entrevista feita com Frei Rodrigo. Segue o texto. 1. Como surgiu o interesse em celebrar a missa crioula? Tchê, quando me perguntam: por que rezo Missa Crioula? Respondo rapidamente e bem faceiro: na lida campeira sempre vivi, fui conhecendo nossa história desde guri. Mas não só isso, também fui iniciado e conduzido pela família nos trilhos da fé. Mais tarde, já nos tempos de rapaz, fui conhecer que existia um jeito de rezar a Santa Missa e honrar a Tradição: Tradição da Fé e Tradição Gaúcha, duas histórias de muito respeito, que muito andaram de mãos dadas. Bem verdade que, como todos, nosso povo imperfeito, deu algumas vaciladas, mas com honra no peito e fé no coração, de novo foi tomando jeito. Já durante a formação sagrada, ajudava na liturgia e animação de Missas Crioulas e depois de Ordenado comecei também presidir. 2. E o que é a Missa Crioula? Cabe dizer, missas oficiais do Rito Romano, na linguagem e simbologia da nossa vida Campeira, aprovada pelos Bispos. Um modo de inculturação, fé e vida em união. Próximo da Semana Farroupilha Missa Crioula é mais rezada, mas em qualquer época do ano pode ser celebrada. As missas eu rezo dentro dos princípios que honram e respeitam a Fé Católica e a Tradição do povo gaúcho, povo simples, hospitaleiro, de muita fé e sem luxo. Por isso zelo pela liturgia bem preparada, pelo espaço sagrado, pela música bem cantada. Este não é um ato folclórico, mas um jeito de evangelizar, animando o rebanho e buscando a ovelha perdida para juntos caminhar. 3. Uma mensagem sobre o que significa ser GAÚCHO Quão rica nossa história, não nasceu agora, tem muitas lutas, lidas e campeiradas por este rio grande afora. Povo gaúcho é povo de fé e de fervor, que vive no respeito pelos irmãos e irmãs, confiando sempre no Senhor, que não abandona seu rebanho, mas cuida com amor. Pedimos pela intercessão da Santíssima Prenda do céu, mãe fiel do Divino Tropeiro, para que Ele cuide deste nosso Estado e também do mundo inteiro. Aquele quebra-costela de paz e bem a todos (as)! Além do Frei Rodrigo há outros Freis que também compartilham do mesmo ofício. Afinal, todos somos gaúchos! Paz e bem!

  • Frei Nestor Schwerz é o novo presidente da CFFB/RS

    Na última segunda-feira, dia 16 de setembro, aconteceu a assembleia da Conferência da Família Franciscana do Brasil no RS (CFFB/RS). Esta conferência reúne todas as congregações e ordens religiosas franciscanas existentes no RS. Na parte da manhã da assembleia, Frei Arno Frölich, conduziu a reflexão em torno da comemoração dos 800 anos do encontro entre São Francisco e o sultão Al Malik al Kamil. Na parte da tarde aconteceu a partilha dos diferentes serviços que compõem a CFFB/RS. Ao final da assembleia foi eleita a nova coordenação onde o Frei Nestor Schwerz OFM foi eleito o novo presidente da conferência para o próximo triênio.

  • Cerca de 160 missionários são esperados em Rio Grande no próximo final de semana

    Ontem, dia 17 de setembro, iniciaram as oficinas nas escolas de Rio Grande que ficam na região da Rede de Comunidades São Lucas onde os freis atuam. Estas visitas fazem parte das atividades ligadas as Missões Franciscanas das Juventudes (MFJ). Nas escolas são realizadas oficinas que levam os jovens a refletir sobre o sentido da vida e a cultura da Não-violência. No final de semana, dias 21 e 22, cerca de 240 missionários (160 oriundos de fora da Rede de Comunidades São Lucas) estarão participando da 3ª edição das MFJ. O tema desta 3ª edição será “Quem é da Paz promove a Vida” ligando as missões a campanha lançada em outubro do ano passado no fim das MFJ em Horizontina. Ao todo mais de 30 escolas já foram visitadas com oficinas de conscientização e mobilização das juventudes para a mudança de hábitos que ajudem na cultura da violência. Durante as missões os jovens missionários da paz irão visitar famílias, pensionato, hospitais, centros de recuperação, cooperativa de reciclagem e realizar pedágios conscientes.

  • IMPRESSÃO DAS CHAGAS DE NOSSO PAI SÃO FRANCISCO

    A PAIXÃO DE CRISTO SE ATUALIZA EM SÃO FRANCISCO DE ASSIS. O amor de Francisco por Cristo foi tão profundo que transformou a sua mente, o seu espírito e o próprio corpo no Amado. O “Amor que não é amado”, encontrou na vida de Francisco um amante. A “impressão” das chagas de Jesus Cristo, no corpo de São Francisco, aconteceu no ano de 1224 no Monte Alverne, numa das contemplações profundas que fazia. O Papa Bento XI concedeu que todos os anos no dia 17 de setembro se celebrasse tão grande prodígio. Sabemos por inúmeros testemunhos escritos que o Santo de Assis sempre cultivou uma especial devoção com o Cristo crucificado. Lembramos o que aconteceu no início da sua conversão, quando Francisco questionou o Senhor em São Damião: “O que queres que eu faça?” A resposta foi está: “Vai e restaura Minha casa que, como vês, está toda destruída” (1Cel10). Podemos perceber uma afinidade entre a experiência do ressuscitado e a vida de São Francisco. As chagas (chamadas também de estigmas), aparecem no corpo de Francisco dois anos antes da sua morte. Foi eremitério do Alverne, que “viu numa visão divina, um homem à semelhança de um Serafim (anjo) que tinha seis asas, o qual pairava acima dele com as mãos estendidas e com os pés unidos, pregado à cruz. “(...) E como a novidade desta visão se apoderasse do coração dele, começaram a aparecer-lhe nas mãos e nos pés os sinais dos cravos, à semelhança do homem crucificado que pouco antes vira acima dele” (1 Cel 94, 1;2;7). Elas revelam o modo como Francisco amava fervorosamente e entranhadamente o Senhor. Trazia Jesus no seu coração, na boca, nos ouvidos, nos olhos, nas mãos e nos demais membros (1Cel 115). São Francisco de Assis e o Papa Francisco afinados numa só voz entoam: “Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança, e não nos faltará sua ajuda para cumprir a missão que nos confia” (Evangelii Gaudium n°275). São Francisco foi um “novo Cristo” no seu tempo e na sua realidade. Hoje é a nós que Deus fala: “Vai e reconstrói a minha casa!” Reconstrua na sua casa, no seu bairro, na sua cidade. Faça pouco ou bastante, mas faça bem. Pois, o verdadeiro amor a Cristo e aos irmãos e irmãs passa por gestos concretos. Lembrando que também somos todos/as marcados/as por Cristo no batismo. Frei Jorge Luis Huppes, OFM.

  • VIDA RELIGIOSA DIVULGA SÍNODO

    BLOG AJUDA A DIVULGAR SÍNODO DA AMAZONIA O Setor de Comunicação  da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil) criou um  Blog  para divulgação do Sínodo para a  Amazônia. Segue o Endereço https://sinododaamazonia.blogspot.com/ Acesse e ajude a divulgar este blog. Paz e bem!

  • RETIRO DOS VOCACIONADOS FRANCISCANOS

    SEMINÁRIO SÃO PASCOAL, DE TRÊS PASSOS, ACOLHEU ENCONTRO Entre os dias 13 a 15 de setembro, no Seminário São Pascoal, em Três Passos – RS, aconteceu o retiro dos jovens vocacionados das Congregações Franciscanas do RS. O tema do retiro foi No caminho de Assis e o lema Senhor que queres que eu faça. O retiro foi assessorado pelos animadores vocacionais da Família Franciscana do RS. Participaram vinte e quatro jovens das seguintes congregações. Capuchinhos, Franciscanos OFM, Irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora, Franciscanas de Bohnlanden, Franciscanas Aparecidas, Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, de Santa Maria. O encontro seguinte a temática palestra vivência, onde entre os pontos fortes esteve o tema da Fraternidade, o encontro com o leproso (onde no sábado da tarde foram visitados lugares que representam os leprosos de hoje) e a vida de família. Louvamos por esta bonita iniciativa. Agradecemos ao Frei Aldir Mattei pela partilha. Paz e bem!

  • COMO LER A PRIMEIRA CARTA DE SÃO JOÃO

    O AMOR MOVE E ALIMENTA A FÉ A primeira carta de São João, datada em fins do primeiro século, é dirigida às comunidades cristãs na Ásia Menor e escrita provavelmente pelo próprio apóstolo ou por um discípulo muito próximo dele, pela semelhança que traz especialmente com o prólogo do Evangelho, em frases e palavras que são muito comuns aos escritos joaninos. João afirma com veemência na carta as verdades da fé no Deus Trindade revelado em Jesus Cristo: “aquilo que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam: falamos da Palavra que é Vida” (1Jo 1), assim inicia o prólogo afirmando dar testemunho verdadeiro, junto aos que foram as testemunhas oculares da manifestação de Deus e sua revelação na Palavra que é Vida Eterna. Era comum neste período fiéis de algumas doutrinas formarem certos grupos, seitas, que buscavam também eles a salvação através do conhecimento, contudo muitas vezes estes grupos eram fechados, excludentes e fanáticos. As comunidades da Ásia Menor passavam por uma crise de fé, ocasionada por um destes grupos carismáticos, os gnósticos, com uma doutrina filosófica que estudavam e pregavam uma salvação pessoal e especial abandonando dessa forma a comunidade. A estes talvez o que autor designa, no capítulo 2, 18 e seguintes, que sejam os anticristos “saíram do meio de nós mas não eram nossos” (2,19). Afirma portanto que para conhecer a Deus, devemos guardar seus mandamentos e amar os irmãos e isso é caminhar na luz e como filhos, praticar o amor porque Deus nos amou por primeiro dando-nos vida no seu Filho, e é por meio desta fé que se alcança a Vida Eterna, vencendo as coisas do mundo. Desta forma dirige-se a seus ouvintes com muito afeto chamando-os de “filhos amados” aqueles que considerava seus filhos na fé, visando transmitir o que viu e ouviu e o que recebeu desde o princípio: a manifestação da Palavra. A preocupação do autor é com o risco de um cisma eminente dentro da comunidade e apresenta-se como grande líder, fazendo forte apelo à vida comunitária, que não se deixem desencaminhar por ninguém (3,7) afirmando não ser possível amar a Deus sem amar o próximo (4,20). Se Deus é Pai, somos irmãos e portanto chamados ao Amor. Nisto consiste a Fé que prega e esse amor entre nós o é possível pela manifestação de Deus e de seu Amor por meio de seu Filho Jesus Cristo. Por isso mesmo enfatiza a necessidade da Fé em Jesus como Filho de Deus e a salvação a nós alcançada por sua morte. Querido leitor, somos convidados a nesse mês da Bíblia refletir, estudar e meditar a primeira carta de São João na perspectiva da fé, crendo firmemente que o Messias Jesus é o Filho de Deus e amar o próximo, de modo especial o mais necessitado, mais sofrido e ainda a caminhar na luz que vem de Deus e é o próprio Deus, sendo igualmente iluminados na vivência e prática da justiça, consequência do Amor a Deus. Paz e Bem. Frei Paulo André Maia, OFM.

  • COMO SERÁ CONDUZIDO O CAPÍTULO?

    COMISSÃO DA ORDEM DO CAPÍTULO O Capítulo Provincial Eletivo dos Freis Franciscanos no Rio Grande do Sul se aproxima. O Capítulo é sempre um momento importante, onde a fraternidade provincial se reúne para juntos, após prévio estudo de temas, proposta apresentadas durante a preparação do capítulo. Fazer suas escolhas, inclusive a escolha da nova equipe que nos próximos anos vai assumir a missão de coordenar a província. O documento Ordem do Capítulo se torna fundamental para o bom desenvolvimento do capítulo. Pois é neste documento que está escrito quem pode participar do capítulo. Dentro os que podem quais os que tem direito a votar, a serem votados. Quem pode apresentar uma proposta nova de projeto durante o capítulo. Quem é o responsável em acolher este projeto e qual o procedimento a ser tomado. É na Ordem do Capítulo que esta acordado qual a função de cada um no capítulo, exemplo: o Presidente do Capítulo, os moderadores, o secretário do capítulo, os vogais, os relatores. Assim como cada equipe formada para o bom andamento do capítulo. Imaginemos uma assembleia onde cada um fala quantas vezes quiser, o tempo que quiser, a hora que desejar. Se torna uma assembleia interminável, monopolizada e infrutífera. Este documento tem também o objetivo de disciplinar o número de intervenção de cada participante, as inscrições para que a todos de se manifestem igualmente. Tornando assim a assembleia mais leve, democrática e participativa. Este documento também é importante nos momentos de dúvidas, ou controvérsias que possam surgir durante o capítulo. Pois é na Ordem do Capítulo que o Presidente do Capítulo vai buscar as respostas para resolver as controvérsias. Podemos concluir dizendo: que o conhecimento e a observância da Ordem do Capítulo ajude a que um encontro eletivo, como o Capítulo dos freis, possa ser bem conduzido, flua com tranquilidade e proporcione que todos possam participar de forma igual. Frei Orestes Serra, ofm

  • 24º Domingo do Tempo Comum

    Pistas Homilético-franciscanas Liturgia da Palavra: Ex 32,7-11.13-14; Sl 50; 1Tm 1,12-17; Lc 15,1-32 Tema-mensagem: Misericordiosos como o Pai é misericordioso Sentimento: gratidão jubilosa Introdução Mais do que em outros domingos, a celebração de hoje nos leva ao coração de toda a Boa Nova. Através de três belas e comovedoras parábolas – a ovelha, a moeda e o filho perdidos e reencontrados – Jesus, faz irromper no mundo de hoje a verdade mais profunda de seu Deus e nosso Deus, de seu Pai e nosso Pai: a misericórdia divina. Misericórdia a mãe da ova humanidade (Lc 15,1-32) O fato de elaborar três parábolas para revelar a misericórdia do Pai, revela o quanto importa para Jesus que esta mensagem chegue até o coração e o cotidiano de todos nós. 1.1. O ponto de partida O ponto de partida e a razão que sustenta todas estas parábolas vem apresentado como um contraste alegre e triste, edificante e decepcionante ao mesmo tempo: se, de um lado, “os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar”, de outro lado, “os fariseus e mestres da lei criticavam Jesus:’Este homem acolhe pecadores e faz refeição com eles’”. Como e o que fazer, pois, se pergunta Jesus, para que sua tão “bela e importante notícia” pudesse penetrar em corações tão endurecidos? O recurso foram as parábolas. A parábola (“parabolé”, em grego), é um modo de falar que atinge a pessoa de modo oblíquo, indireto, sem ofendê-la ou pressioná-la. Atinge à medida que evoca, acena, assinala para um mistério que se retrai, mas que, embora oculto, já está presente e atuando no âmago do próprio ser do homem. No nosso caso, o “Reino de Deus”, isto é, a vigência e a regência da misericórdia de Deus, que se revela na pessoa e na ação de Cristo, “O rosto da Misericórdia”. No livro “O nome de Deus é misericórdia”, o entrevistador do Papa Francisco conta-lhe a seguinte estória. Um professor de ensino religioso, depois de haver contado aos seus alunos a parábola do filho pródigo, pediu-lhes que escrevessem um tema livre, abordando a história que haviam acabado de ouvir. “O final escolhido pela grande maioria dos alunos foi este: o pai recebe o filho pródigo, pune-o severamente e o manda viver com os seus servos. Assim aprenderá a não gastar todas as riquezas da família...”. E o Papa Francisco responde: “Essa é uma reação humana. É a reação do filho mais velho; é humana. No entanto, a misericórdia de Deus é divina” (p. 83). 1.2. A misteriosa figura do filho mais novo A parábola começa narrando a desventura do filho mais novo que, um dia, procura o pai, solicitando-lhe a parte do patrimônio que lhe cabia por herança. É o desejo, o impulso da natureza para alcançar a maioridade, a autonomia – o viver por si e para si: o viver autocentrado, na sua “autoreferencialidade”, diria nosso papa. Não percebe, porém, que esta sua atitude se constitui não apenas no rompimento e separação com sua origem, mas, na morte, em seu coração, do próprio pai. O pai, porém, em vez de ciumento é generoso. Prefere negar-se a si mesmo a fim de deixar-ser o manancial que Dele emana: sua cria, sua criatura, o seu filho (o homem). Deus franqueia o caminho do homem, mesmo quando este caminho leva o homem para longe Dele. Não é difícil perceber aqui que a desventura deste filho é a desventura de todos nós, filhos de Adão. Adão é todo homem e todo o homem é Adão. Adão é o homem que, seguindo o caminho da “própria vontade” quis apropriar-se (São Francisco, Ad 2), fazer-se dono do dom de sua semelhança com o Pai (herança paterna). O homem podia – na verdade, devia – ser semelhante a Deus. Mas o homem, ao invés de se tornar semelhante a Deus com Deus, prefere ser semelhante a Deus contra Deus transformando o dom em propriedade sua, a graça em merecimento e conquista. Recebida a herança, o filho mais novo “partiu para um lugar distante onde esbanjou tudo numa vida desenfreada”. A separação de Deus não se dá pela distância de lugares, mas pelo distanciamento do afeto, do coração. Separar-se de Deus é romper a familiaridade com a origem, com a vida fontal, o Pai. Mas, assim como o manancial não pode subsistir se romper seu vínculo com a fonte, assim também as forças da autonomia e da existência egocentrada do homem, logo se dispersam e se perdem. A tradição cristã costuma chamar este jovem de “filho pródigo”. Pródigo é o homem que vive numa vida pródiga, isto é, que vive na dissolução das suas forças, de seus dons vitais. Derramando seus afetos nas coisas exteriores, no “mundo”, rapidamente se encontra no vazio interior de si mesmo, no vazio da sua autoconsciência dilacerada, tornando-se logo um miserável, um perdido, escravo de si mesmo e dos outros. Mergulhado nesta degradação não lhe resta outra alternativa senão tornar-se “pastor de porcos”, tido, na época, como um dos ofícios ínfimos e infames. Para um judeu, então, era o cúmulo da indignidade, da baixeza, pois os porcos eram considerados animais impuros. Para os Padres da Igreja “apascentar porcos” equivale à agitação do homem que se entrega ao desregramento e sofreguidão dos desejos sensuais, das paixões dissolutas, dos pensamentos sórdidos, dos vícios mais baixos. Nesta penúria, o homem tem fome. Mas, o alimento que lhe é próprio, isto é, apropriado à sua dignidade – o amor, a proximidade do Pai – e que poderia saciar-lhe a fome, ele o havia dispersado. O que lhe resta, agora, é a comida de porcos: contentar-se com o inumano, o desumano e o subhumano de seu humano. Por isso tem de encher a barriga com “alfarrobas”, um alimento que, à semelhança do vento, enche, mas não nutre, segundo Ambrósio. Agostinho, por sua vez, compara este alimento com doutrinas que não satisfazem a fome de verdade que habita o coração do homem. Mas, “pródigo”, a exemplo de São Francisco quando jovem, tem, também, o sentido de “dissipador” ou esbanjador, que não mede nos gastos. Neste sentido, a prodigalidade é um modo errôneo de imitar a generosidade, a magnanimidade, a leveza do receber e do dar. A prodigalidade do filho torna-se, assim, uma última ressonância da generosidade do pai, uma imitação malsucedida da sua magnanimidade. Por isso, acabrunhado pelos trabalhos e pela penúria, “caiu em si”, ou seja, foi tocado pela graça da sua origem, da casa paterna: começa a ver de novo o rosto misericordioso do Pai. Os diaristas de seu pai são mais bem tratados, têm pão de sobra, enquanto ele morre de fome, comendo comida de porcos, alfarrobas. Começa, então a abrir mão do seu orgulho ferido. Arrependendo-se do seu mau caminho, que só lhe trouxe desventura, exclama: “vou ter com o meu pai”. Estava deitado, agora precisa se levantar, distante precisa voltar e aproximar-se da origem, escravo, agora precisa se libertar. A confissão da própria culpa é o primeiro ato desta libertação. Confessar a verdade da própria miséria, assim como louvar a verdade da misericórdia de Deus, significa entrar no vigor da humildade (Cf. mais adiante no item 7). Mas e finalmente, este filho, poderia ainda significar o próprio Cristo, o filho mais novo da humanidade, o novo Adão. Enviado pelo Pai, Ele que nunca cometeu pecado nenhum, na pura inocência e boa vontade, a fim de resgatar o homem de sua desventura, assumiu e carregou todas as conseqüências do desmando da humanidade. Este demando tornou a terra de jardim de delícias (paraíso) em vale de lágrimas. Mas, como diz o salmista, “a terra está cheia da misericórdia de nosso Senhor” (Sl 32, 5). Cristo veio, justamente, manifestar a plenitude desta misericórdia, assumindo sobre si nossas enfermidades. Por suas chagas Ele nos curou, nos trouxe a saúde e a salvação. A terra já não é só o lugar dos tormentos e das misérias dos homens, é também, e sobretudo, o lugar da misericórdia de Deus. 1.3. Um Pai cujo nome é Misericórdia Depois de descrever a desventura do filho mais novo a parábola passa a falar do pai acentuando que, quando o filho “ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos”. A parábola repete uma das constantes de toda a Sagrada Escritura: Deus vem ao encontro do homem pecador, de coração contrito e humilde. E não poderia ser diferente. Pois, como poderia um Pai não correr ao encontro de um filho desventurado que humildemente retorna para sua casa!? Como não abraçar e não beijar com amor visceral, com afeto irresistível, sua própria cria, sua criança, seu filho? Por isso, diz o Papa Francisco: “Misericórdia é a atitude divina que abraça, é o doar-se de Deus que acolhe, que se dedica a perdoar” (p. 37). Deus não pode negar-se a si mesmo (cfr. 2 Tm 2, 13). Não pode não nos amar, pois não nos amar seria ir contra sua própria essência, sua necessidade mais visceral, uma vez que Deus é amor. “Você pode renegar a Deus, você pode pecar contra Ele, mas Deus não poderá renegar-se a si próprio, Ele permanece fiel”, diz o mesmo Papa (p. 38). A misericórdia, o abraço e os beijos do Pai testemunham assim, a mesma loucura e fraqueza de Cristo na Cruz, o “Rosto da Misericórdia”. Uma fraqueza que cria e recria. Ao perdoar o filho, o pai o cria de novo devolvendo-lhe a semelhança divina que havia usurpado e esbanjado, restituindo-lhe a dignidade de filho querido e não de empregado ou servo. Há uma constante no Evangelho. Aqueles que se consideram a si mesmos “justos”, “homens de bem”, os (falsos) moralistas – chamados por Jesus de “hipócritas” – isto é, todos nós, têm e temos, uma dificuldade enorme de aceitar que os “pecadores”, os “corruptos”, os “perdidos” possam se converter; todos, nós e eles temos um zelo, que no fundo oculta uma inveja para com a bondade de Deus, julgando que “misericórdia demais” para com esta gente equivale à injustiça, à condescendência com o pecado. Assim, o aparente zelo pela lei e pela moral, esconde a incapacidade de compreender a jovialidade e a gratuidade do amor de Deus, a Boa Nova da sua misericórdia. Daí a decisão do Papa de proclamar 2016 como ano do “Jubileu extraordinário da Misericórdia” a fim de que aprendamos a ser “misericordiosos como nosso Pai é misericordioso”. 1.4. A festa e o bezerro gordo sacrificado Com a volta do filho, o pai manda, primeiramente, que os servos tragam a “primeira roupa”, um anel para o dedo, as sandálias para os pés. Ele é revestido de novo com a dignidade, a beleza e integridade, que tinha perdido. O anel assinala a autoridade e as sandálias, a liberdade (os escravos não andavam de sandálias). O filho não é aceito na condição de servo, nem de diarista, mas de senhor, de homem livre. Ele é recebido na condição de igualdade com o pai. A igualdade com Deus que o homem almejava contra Deus, por meio do pecado, que levara a se arruinar, agora é dada na graça. Trata-se, pois, de ser igual a Deus, não contra Deus, mas com Deus. Os Padres da Igreja lembram que o homem pode se relacionar com Deus de três modos. Como servo – a partir do temor do castigo. Como mercenário – a partir do interesse pelo prêmio, pelo salário (é a situação de diarista). E como filho – a partir da gratuidade e do afeto do amor. Terminada a cena da nova investidura, o pai manda os servos matarem o bezerro gordo para servir no festim que iria celebrar o reencontro com o filho, seu resgate, sua saúde e salvação. Os Padres da Igreja veem na imolação do bezerro gordo o sinal do sacrifício de Cristo. Ambrósio lembra que o bezerro era vítima sacrifical. Agostinho recorda, ainda, que, na Igreja, o retorno do filho à casa paterna acontece com a confissão e a penitência e o festim que celebra a reconciliação acontece com a eucaristia. 1.5. O filho mais velho Quando a história parece ter chegado ao seu clímax entra em cena o filho mais velho – representante dos fariseus de ontem e de sempre - que voltava do campo. É trabalhador. Está a serviço da obra divina. Mas, não como filho, que trabalha por amor e sim por temor como servo, por prêmio como diarista. Chegando perto de casa, ouviu música (symphonía) e dança que significam a alegria dos que cantam e dançam o canto e a melodia da eterna misericórdia do Pai: as novas criaturas – os filhos de Deus que estavam mortos pelo pecado e que ressuscitaram pela graça. Se o pai mostrara compaixão, o filho mais velho mostra ira. O fariseu brada pela justiça divina. Ele é o guardião da ira de Deus... Não consegue entender que esta ira não tenha se descarregado sobre o filho mais novo, um dissoluto; não aceita que o pai tenha relaxado a sua justiça, expressando bondade para com um usurpador e dissipador de seus bens. À ira junta a inveja: inveja do irmão que é beneficiado com a bênção do pai. À ira e à inveja se juntam o ressentimento. Enquanto o filho mais novo era o preferido, o pupilo do pai, ele era tratado apenas como um empregado. Sua fidelidade nunca tinha sido reconhecida: o pai nunca tinha lhe dado sequer um cabrito, o gado mais insignificante da fazenda, para que ele pudesse festejar com os amigos. Assim, cego pelo seu egocentrismo e pela vindicação e reivindicação da justiça omitida, é tomado pelo espírito de vingança, não conseguindo ver, jamais, que tudo o que o pai tinha era dele também. Assim enquanto o filho insiste na justiça dos homens, do mundo, que ele sempre observou, o pai, com seu olhar jovial e sereno, aponta para a misericórdia, o sumo da justiça, uma justiça que supera, preenche e satisfaz verdadeiramente todas as medidas, todas as justiças; a justiça de um pai “universal” que faz chover sobre justos e injustos, cair o sol sobre bons e maus; um pai que quer que também ele, o filho mais velho, isto é, o Povo da antiga aliança, ascenda à liberdade, à jovialidade, à ternura e fraqueza da misericórdia, que é uma perfeição muito maior do que a frieza da justiça, motivada pelo espírito de vindicação. Jerônimo observa que o filho mais velho representa o religioso, o homem que se encontra junto de Deus por força e obrigação da lei, e não pelo afeto, pelo amor. Podemos dizer que, no fundo, ele não se compreende como o filho que ele é, mas como escravo e como mercenário. Ambrósio, por sua vez, diz que a atitude do filho mais velho antecipa a sua velhice, tornando-o cada vez mais ressentido, reivindicativo, ranzinza, teimoso e birrento. O espírito justiceiro priva-o, ainda, da jovialidade do Pai excluindo-o da sua música e da sua dança. A parábola acerca da misericórdia do Pai nos alerta para o perigo da nossa justiça. Romano Guardini, no seu livro “O Senhor”, recorda que há algo de mais alto do que a justiça: o “abrir-se do coração na bondade”. A justiça é clara para as coisas humanas e deste mundo, mas, sem a bondade, corre o risco de se tornar cega e fria para as coisas de Deus e do amor. A justiça coloca todos dentro de suas medidas, aprisiona, a bondade, porém, é cordial, aquece e liberta. A justiça ordena, mas a bondade produz, cria. A justiça torna suficiente o que é. A bondade, cria o novo. Na justiça se expressa o espírito de satisfação com a ordem cumprida, mas da bondade salta a alegria da vida criativa e criadora. Por isso, dizia Jesus que no céu, isto é, em Deus e nos seus mensageiros, anjos e santos, há mais alegria por um pecador que faz penitência do que por noventa e nove justos que dela não precisam. “Se Deus se detivesse na justiça, deixaria de ser Deus” (MV 21) 2. A misericórdia vem ao nosso encontro [1Tm 1,12-17] Entre as inúmeras pessoas que puderam provar de perto a misericórdia de Deus está São Paulo. Na segunda leitura de hoje, fala de ter sido agraciado, perdoado, por Deus. Dominado e cego por um falso “amor” da lei Ele agia de modo hostil aos discípulos de Cristo – o que quer dizer, contra o próprio Cristo. Tendo sido iluminado pelo Cristo, que lhe veio ao encontro no caminho de Damasco, derrubando-o da cegueira da justiça da lei, foi transformado num novo homem. Daí suas palavras: “A graça de Nosso Senhor superabundou em mim, com a fé e a caridade que temos em Cristo Jesus” (14). Tudo isto lhe aconteceu, porém, porque, agindo com a ignorância de quem não tem fé, foi visitado pela “misericórdia” (13). O milagre da conversão de Paulo, prova mais uma vez o que Jesus havia dito: que ele viera para os doentes e pecadores e não para os sadios e justos. Por isso, Paulo diz: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores e eu sou o primeiro deles. Mas alcancei misericórdia, para que, em mim primeiramente, Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para os que hão-de acreditar n’Ele, para a vida eterna” (15-16). Ao declarar-se o primeiro dos pecadores, Paulo expressa sua humildade. Nos “Atos do Bem-aventurado Francisco e dos Seus Companheiros” (c. 10) lemos o jocoso “fioretti” de como frei Masseo procurou saber porque todo o mundo vinha atrás de Francisco. A resposta de Francisco veio depois de um momento de enlevo e brotou da sua alegria e da sua gratidão pela misericórdia de Deus para com ele: “Queres saber donde a mim? Queres saber e saber bem donde a mim, que todo o mundo anda atrás de mim? Isto vem daqueles Santíssimos olhos de Deus, que em toda a parte contemplam os bons e os maus. Pois, aqueles bem-aventurados e Santíssimos olhos, não viram, entre os maus, um pecador mais vil e mais insensato do que eu. E, por isso, para realizar esta obra maravilhosa que pretende fazer, não viu na Terra uma criatura mais vil. E assim me elegeu: porque Deus escolheu as coisas estultas do mundo para confundir os sábios, Deus escolheu as coisas ignóbeis e desprezíveis e frágeis do mundo para confundir os nobres e os magnatas e os fortes; para que a sublimidade da virtude venha de Deus e não da criatura, para que toda a carne não se glorie no seu conspecto; mas, quem se glorie, glorie-se no Senhor, para que só a Deus seja a honra e a glória para sempre”. 3. Moisés o grande intercessor [Ex 32,7-11.13-14] Certamente, uma das figuras mais expressivas do Antigo Testamento que revelam a vocação e a missão do futuro Messias é Moises. É o que proclama o livro do Êxodo, na primeira leitura de hoje. A corrupção, a quebra da Aliança com Jahvé, as infidelidades, enfim do Povo de Deus haviam chegado ao cume de haverem trocado a Ele, o seu Deus vivo e verdadeiro, por um bezerro de metal fundido, diante do qual se inclinavam em adoração. Chegaram ao cúmulo da desfaçatez de oferecer-lhe sacrifícios dizendo: Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito. Vem, então a constatação e a decisão do Senhor: Vejo que este é um povo de cabeça dura. Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Entra em cena, então Moisés com sua intercessão. Ele não aceita o discurso do Senhor. Muito menos sua decisão. Por maior que seja o pecado de Israel Deus não podia esquecer que fora Ele que o havia procurado e tirado da escravidão do Egito; que este Povo, por maiores que sejam sua infidelidades é seu Povo, assim conhecido perante os demais povos. Se, de fato viesse a executar sua decisão não iriam os egípcios ridicuralizá-Lo dizendo que o tirara do Egito com a malévola intenção de exterminá-lo no deserto? Finalmente, onde ficaria a palavra então dada outrora aos patriarcas Abrão, Isaac e Israel? Em outras palavras, onde estria a glória de Deus se Ele não se mostrasse compassivo e fiel em sua palavra e ação? A história do bezerro de ouro no deserto pode ser considerada como um novo pecado original. Se outrora Adão e Eva abandonaram o Criador para seguir a vontade própria, agora, Israel também abandona a Aliança com Jahvé para seguir o bezerro de sua soberba. Todavia, se ao primeiro pecado original Deus responde com a promessa de um descendente que haverá de esmagar a serpente da soberba humana [Gn 3,15] agora, por intercessão de Moisés, figura muito expressiva do futuro Messias, Deus não se conforma com a ruptura de sua Aliança por parte do Povo. Por isso, desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu Povo [Ex 32-14]. Conclusão “Diante de uma humanidade ferida, uma humanidade que possui muitas feridas” (Papa Francisco) ou começamos a reconstrução com o remédio da misericórdia ou continuaremos distanciados, divididos e perdidos sem jamais podermos celebrar o júbilo do retorno à nossa origem comum, sem o júbilo do reencontro conosco mesmos, com os outros e muito menos com o nosso Pai comum, “o Pai das Misericórdias” (Santa Clara). “Sede misericordiosos como vosso Pai do Céu é misericordioso!” (Lc 6,36). Fraternalmente, Marcos Aurélio Fernandes e Frei Dorvalino Fassini

  • A CRISTOLOGIA NA EVANGELII GAUDIUM

    O presente artigo quer servir como uma chave de leitura da cristologia presente na Evangelii Gaudium (EG), a Alegria do Evangelho, Exortação Apostólica do Papa Francisco, publicada em novembro de 2013. Parte da afirmação, que está no começo do texto: “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus.”(EG 1). A cristologia presente na Evangelii Gaudium é marcada pelo encontro com Jesus Cristo alegre, pobre e misericordioso. Por meio d´Ele, temos acesso a Deus que, no seu amor, chega a nós pela encarnação do Filho, em Maria. Jesus é identificado como sendo o Deus dos pobres (cf. EG 186) e, na sua misericórdia, atrai todos para sermos salvos por Ele e participar da vida plena no Cristo. A salvação que Deus nos oferece em seu Filho é obra da sua misericórdia (cf. EG 112) e o Evangelho será sempre o Evangelho da misericórdia (cf. EG 188) O Papa Francisco revela um Jesus que é próximo e se faz próximo de todos aqueles que procuram e se deixam encontrar pela beleza do Evangelho; se contagiar pela sua alegria (cf. EG 12). Ele, Jesus, também se compadece com as dores do povo, com suas angústias, fazendo-se próximo deles e os resgata na cruz, entregando-se por amor a nós. Em Jesus, também somos convidados, motivados pela alegria do Evangelho, a ir ao encontro dos outros, compartilhar da sua vida e a nos fazer próximos, nos comprometendo com sua realidade e assumindo a sua cruz. Em toda Exortação, é possível perceber que o Papa enfatiza a ideia de que a nossa salvação está relacionada com nosso comprometimento com o projeto de Jesus Cristo (cf. EG 179), revelado pela Palavra, que nos impulsiona a concretizar, no mundo, o Reino de Deus. Somos responsáveis uns pelos outros e todos pelo mundo. Francisco afirma que “o Evangelho convida, antes de tudo, a responder a Deus que nos ama e salva, reconhecendo-O nos outros e saindo de nós mesmos para procurar o bem de todos. [...] Todas as virtudes estão ao serviço desta resposta de amor” (EG 39). A alegria provocada naqueles que procuram encontrar-se com Jesus Cristo revela todo um dinamismo presente no Evangelho (cf. EG 5). O contato com o amor de Deus, revelado na Palavra do Filho feito carne, transforma a vida de todos quantos se deixam encontrar por Jesus e move-os na direção dos outros. Cada encontro é momento de crescimento, partilha e compromisso com a vida dos outros. O convite que o Papa nos faz é que saibamos acolher em nós o dom do outro. Com a ajuda dele, pela partilha dos dons e do conhecimento, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo Frei Paulo Eduardo Müller, ofm

  • Mês da Bíblia reforçará o conhecimento da Sagrada Escritura

    O mês de setembro se tornou referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais. Este ano, 2019, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dando continuidade ao ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”, propondo o estudo da Primeira Carta de João com destaque para o lema “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). “Na realidade ainda não tinha sido contemplado este escrito, então se o objetivo do Mês da Bíblia é favorecer o conhecimento da Sagrada Escritura, era hora de colocar ante os olhos da nossa gente, do nosso povo também esse escrito tão bonito”, salientou o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo. Dom Peruzzo explica que o texto foi redigido para uma comunidade mergulhada em muitas incertezas e interrogações. “Naquela época, eles se questionavam se eram mesmos amados por Deus e por Jesus Cristo, se eram eleitos. Havia muitas hostilidades no mundo circunstante, hostilidade aos cristãos e também tensões internas, então o texto foi escrito para dar respostas”, salienta o bispo. Essas respostas, segundo dom Peruzzo, afirmam que somos sim amados por Deus e por Jesus Cristo. “Sempre perceberemos este amor se de fato crermos que Ele, Jesus Cristo é filho de Deus e participou de nossas histórias. Se o acolhermos como ele foi revelado, como ele se apresentou e se entre nós vive a fraternidade e o amor, daí a ênfase na fraternidade, no perdão, no convívio salutar, tudo por causa de Deus e quem o revelou: Jesus Cristo”, aponta. Ainda de acordo com dom Peruzzo convencionou-se que o Mês da Bíblia fosse comemorado em setembro, e na ocasião, a Igreja sempre propõe um livro para ser estudado, como é o caso do deste ano. “A proposta é que ao longo do tempo e a cada ano conhecendo, estudando, orando, lendo cada vez um destes livros, o discipulado tenha crescido a familiaridade com a Palavra”, finaliza o bispo. Texto-base No texto-base para o Mês da Bíblia, lançado pela Editora CNBB, logo em suas primeiras páginas são dadas algumas orientações básicas sobre a Primeira Carta de João, importantes para situá-la em seu contexto histórico, literário e teológico. À medida que o leitor avança poderá encontrar informações básicas referentes ao gênero literário, ao autor e aos interlocutores, aos temas teológicos principais, à época e ao lugar de composição da Carta. Nos capítulos seguintes, o autor busca fazer uma exposição passo a passo. O subsídio já está à venda e pode ser adquirido no site da Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br Fonte: CNBB

bottom of page