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O AMOR MOVE E ALIMENTA A FÉ


A primeira carta de São João, datada em fins do primeiro século, é dirigida às comunidades cristãs na Ásia Menor e escrita provavelmente pelo próprio apóstolo ou por um discípulo muito próximo dele, pela semelhança que traz especialmente com o prólogo do Evangelho, em frases e palavras que são muito comuns aos escritos joaninos.

João afirma com veemência na carta as verdades da fé no Deus Trindade revelado em Jesus Cristo: “aquilo que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam: falamos da Palavra que é Vida” (1Jo 1), assim inicia o prólogo afirmando dar testemunho verdadeiro, junto aos que foram as testemunhas oculares da manifestação de Deus e sua revelação na Palavra que é Vida Eterna.


Era comum neste período fiéis de algumas doutrinas formarem certos grupos, seitas, que buscavam também eles a salvação através do conhecimento, contudo muitas vezes estes grupos eram fechados, excludentes e fanáticos.

As comunidades da Ásia Menor passavam por uma crise de fé, ocasionada por um destes grupos carismáticos, os gnósticos, com uma doutrina filosófica que estudavam e pregavam uma salvação pessoal e especial abandonando dessa forma a comunidade. A estes talvez o que autor designa, no capítulo 2, 18 e seguintes, que sejam os anticristos “saíram do meio de nós mas não eram nossos” (2,19). Afirma portanto que para conhecer a Deus, devemos guardar seus mandamentos e amar os irmãos e isso é caminhar na luz e como filhos, praticar o amor porque Deus nos amou por primeiro dando-nos vida no seu Filho, e é por meio desta fé que se alcança a Vida Eterna, vencendo as coisas do mundo.

Desta forma dirige-se a seus ouvintes com muito afeto chamando-os de “filhos amados” aqueles que considerava seus filhos na fé, visando transmitir o que viu e ouviu e o que recebeu desde o princípio: a manifestação da Palavra.

A preocupação do autor é com o risco de um cisma eminente dentro da comunidade e apresenta-se como grande líder, fazendo forte apelo à vida comunitária, que não se deixem desencaminhar por ninguém (3,7) afirmando não ser possível amar a Deus sem amar o próximo (4,20). Se Deus é Pai, somos irmãos e portanto chamados ao Amor. Nisto consiste a Fé que prega e esse amor entre nós o é possível pela manifestação de Deus e de seu Amor por meio de seu Filho Jesus Cristo. Por isso mesmo enfatiza a necessidade da Fé em Jesus como Filho de Deus e a salvação a nós alcançada por sua morte.

Querido leitor, somos convidados a nesse mês da Bíblia refletir, estudar e meditar a primeira carta de São João na perspectiva da fé, crendo firmemente que o Messias Jesus é o Filho de Deus e amar o próximo, de modo especial o mais necessitado, mais sofrido e ainda a caminhar na luz que vem de Deus e é o próprio Deus, sendo igualmente iluminados na vivência e prática da justiça, consequência do Amor a Deus. Paz e Bem.


Frei Paulo André Maia, OFM.

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