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Justiça Paz e Integridade da Criação

BREVE MEMÓRIA HISTÓRICA DA JPIC

 

No conselho Plenário da Ordem (Bahia – 1983), com o lema “os pobres são nossos mestres”, foram lançadas as primeiras sementes, que fizeram germinar, mais tarde, a estruturação do Serviço Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) na Ordem. Desde que a Ordem assumiu oficialmente o Serviço, no Capítulo Geral (1985), percebe-se que, ao longo dos anos, foi recebendo novos desdobramentos, tanto na sua questão estrutural, como também, na abrangência de sua compreensão teórica e prática.

Na Ordem, registram-se dois marcos históricos:

a) I Congresso Internacional da JPIC – Vossenack – Alemanha (Outubro de 2000); lema: Somos Instrumentos de Paz, Guiados pelo Espírito.

b) II Congresso Internacional da JPIC – Uberlândia – Brasil (fevereiro de 2006); Tema: O Abraço de Francisco de Assis ao Leproso. Lema: Abraçando os Excluídos de Hoje. No contexto interamericano destaca-se o Congresso Pan-Americano – Chile (Novembro de 2007). A temática central foi Justiça Ambiental, tendo a Amazônia como projeto comum.

Na Província, buscou-se criar convicções mais profundas do ponto de vista espiritual, teológico e existencial, através de mediações tais como:

– Retiros anuais em torno da temática de justiça, paz, ecologia, opção pelos pobres, saúde integral, à luz da espiritualidade e prática de S. Francisco.

– Reflexões sobre a realidade sócio-cultural-eclesial-política nos encontros provinciais de estudo e nos capítulos.

– Ações concretas em nossas presenças evangelizadoras:

a) nas paróquias, procurou-se imprimir metodologia de participação, de valorização das pessoas leigas, promovendo seu protagonismo, através da criação de diversas pastorais e serviços, de acordo com as necessidades do povo;

b) Nas redes de comunidades, situadas no contexto urbano, desenvolveu-se forte presença solidária junto à população carente;

c) Nas pastorais e serviços específicos, destacam-se: luta pela terra, organização dos pequenos agricultores, agroecologia, presença e serviço junto às pessoas com deficiência, trabalho de recuperação de dependentes químicos, Promoção da Criança e Adolescente, Organização dos Trabalhadores Desempregados…;

d) Integração nos eventos da Igreja: Romaria da Terra, do Trabalhador, Encontros de CEBs, CPT (Comissão da Pastoral da Terra); PO (Pastoral Operária); PJR (Pastoral da Juventude Rural); Pastorais Sociais; Organizações da Sociedade Civil: MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra); MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores); MTD (Movimento dos Desempregados).

– Algumas opções, no processo formativo inicial, conforme as Diretrizes de Formação:

a) valorização do trabalho na ótica do carisma franciscano;

b) cultivo da relação reverente para com a mãe terra;

c) aspectos de alimentação saudável, de convivência fraterna, de consciência sócio-política;

d) aprofundamento teórico de elementos fundantes da espiritualidade franciscana;

e) inserção em meios populares, no contexto urbano, acentuando a importância de viver com gente pobre e simples, sendo presença solidária, evangelizando e deixando-se evangelizar;

f) abordagem do estudo acadêmico na ótica e na perspectiva da opção pelos pobres.

Nessa caminhada, somos constantemente provocados a refletir sobre as grandes questões emergentes. Escutar os sinais dos tempos, como nos orientam as CCGG: Os Irmãos Menores devem viver inseridos no povo de Deus, atentos aos sinais dos tempos e respondendo às exigências de um mundo em evolução (Cf. Cap. I Art. 4,1). Mais. Os Frades são chamados a viver os “sinais dos tempos” em fraternidade, em espírito de caridade, para conhecer juntos, a vontade de Deus e para colocar em prática os seus projetos (Cf. Cap. I Art. 7,3). Na mesma linha, o Doc. O Senhor te dê Paz (n. 6) também nos recorda que a leitura e a interpretação dos sinais dos tempos à luz, do Evangelho, é uma exigência evangélica, e que sua falta põe em risco nosso trabalho no mundo.

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