top of page

Resultados da busca

480 itens encontrados para ""

  • PARÓQUIA DE HORIZONTINA FESTEJA 70 ANOS

    No dia 06 de outubro, com missa solene às 10h, seguido de almoço festivo e festejos populares, foi comemorado, em Horizontina - RS, os 70 anos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. O evento contou com grande público de todas as comunidades da paróquia. Esta grande festa começou com a peregrinação de Nossa Senhora do Rosário pelas comunidades da Paróquia. O lema deste ano da peregrinação foi: “Façam tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Para esta caminhada dos 70 anos foi composto um hino oficial denominado: “Ó Mãe do rosário”. Também nos próximos meses será lançado o livro oficial do 70 anos da Paróquia. A grande palavra que resume toda a trajetória da Paróquia Nossa Senhora do Rosário é Gratidão. Gratidão por tantos leigos e leigas envolvidos nas comunidades, pastorais e movimentos. Também muita gratidão pela presença franciscana na paróquia através dos Freis Franciscanos e da OFS (Ordem Franciscana Secular). Que a Mãe do Rosário, continue a nos iluminar na paz e no bem! Frei Tiago Roberto Frey, ofm

  • LAMPARINA FICARÁ ACESSA DURANTE O SÍNODO

    Hoje, dia 6 de outubro, antes da oração do Angelus, foi acesa uma lamparina comemorativa ao sínodo para a Amazônia, na gruta da anunciação, dentro Basílica de Nazaré, em Israel. O reitor da Basilica, Frei Bruno Varriano, ofm, disse que a lamparina permanecerá acesa até o dia 27 de outubro, dia do encerramento do Sínodo para a Amazônia, que está sendo realizado em Roma. O reitor disse ainda, que essa lamparina é sinal de comunhão da Custódia da Terra Santa, da Ordem dos Frades Menores, para com o Papa Francisco e os Padres Sinodais. E que “o lugar da encarnação, a casa de Maria de Nazaré, será um lugar de oração pelo sínodo através da lâmpada” diante da qual todos os peregrinos que passam pela Basilica da anunciação poderão recordar e rezar pelo sínodo para a Amazônia. Padre Luciano dos Santos Secretario Executivo do Regional da CNBB de SC e delegado do Sínodo

  • FESTA DO SEMINÁRIO EM TRÊS PASSOS

    Neste domingo, dia 06 de outubro, aconteceu a tradicional festa de São Francisco de Assis, no Seminário São Pascoal, em Três Passos - RS. Em torno de quinhentas pessoas participaram dos festejos, entre freis, seminaristas, ex-seminaristas, amigos dos freis franciscanos e pessoas da comunidade de Três Passos e cidades próximas. Na missa presidida pelo Frei Aldir Mattei, reitor e que teve a participação do Frei Miguel Becker, animador vocacional e do do guardião regional Frei Marco Antônio Warken, refletiu sobre o tema do Sínodo da Amazônia relacionado com a fé. O cuidado pela criação é compromisso dos que possuem fé naquele é o autor da criação, e que São Francisco, magnanimamente reconhecia ao exclamar: "Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas." Os freis e seminaristas agradecem a presença e colaboração de todos. Paz e bem!

  • MISSÕES POPULARES FRANCISCANAS

    UNIDOS EM CRISTO “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!” (Mc 16,15). A partir da experiência do envio, São Francisco também enviou os irmãos em missão. Nasce, assim, ao redor de São Francisco uma fraternidade missionária. A exemplo de São Francisco, que o Senhor conduziu para o meio dos leprosos, todos e cada um dos irmãos façam opção pelos marginalizados, pelos pobres e oprimidos, pelos atribulados e doentes e, sintam-se felizes por viver entre eles. (CCGG, art. 97). Somos Igreja em “estado permanente de missão”. A equipe de Missões Populares Franciscanas da Província São Francisco de Assis do Estado do RS há mais de 50 anos está missionando, isto é, evangelizando e animando as comunidades em todo Brasil. Desde 1962, até os dias de hoje, já fizeram parte ou auxiliaram na Equipe Franciscana de Missões Populares, mais de 50 Freis. Também temos o auxílio de leigos e uma irmã. Desde 1991, a Equipe conta com o auxílio de Leigos. Já em 1998, se qualificou ainda mais, com o auxílio das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida. Objetivo das Missões: Evangelizar e animar as comunidades cristãs, com renovado ardor missionário, anunciando e testemunhando Jesus Cristo e o Reino de Deus, em comunhão fraterna, a serviço da vida e da esperança, buscando a transformação e a libertação da pessoa humana, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, nas diferentes culturas, fiéis à Igreja, no Espírito de São Francisco e Santa Clara de Assis. O que São as Missões Populares Franciscanas? Missões é um tempo especial na vida de fé de uma comunidade eclesial. Oportunidade singular de viver a vida e fazer sua conversão, ou seja, voltar novamente de todo coração para Jesus Cristo e seu Evangelho. Tempo, no qual se estimula o protagonismo dos leigos na Igreja, despertando vocações missionárias leigas, religiosas e sacerdotais. Momento especial para deixar a graça de Deus agir na vida. “Este é o ano da graça do Senhor”. Onde Deus há de Revelar sua salvação já realizada em Cristo. “Todos hão de ver a Salvação de nosso Deus”. A Missão se caracteriza por: uma forte e intensa vivência comunitária saindo da rotina, com reflexões e celebrações dinâmicas, com símbolos e encenações; é um mergulho na realidade de nosso tempo e no mundo criado por Deus, com inserção mais consciente, não meramente deixar-se levar; é a ocasião de expressão concreta da solidariedade, como Igreja Samaritana a exemplo de Jesus; é uma rica oportunidade de viver e atualizar princípios e conteúdos básicos da vida cristã e familiar como formação no seio comunitário. Ao celebrarmos as Missões recordamos nossa caminhada como Igreja de modo especial nas dimensões de: evangelização, celebração, vida sacramental e ação sócio-transformadora. Aprofundar mais a iniciação a vida cristã, da caridade fraterna e da fraternidade universal fundada em Deus Pai que faz, cria todos os seres, nascerem de seu coração, somos filhos do mesmo amor. A Missão nasce do Batismo! “No Batismo somos mergulhados e encharcados da Santíssima Trindade!”. Formamos a Igreja, mãe que acolhe seus filhos e de Deus, a caminho neste mundo. Somos reunidos em comunidade vivendo na esperança, com a força de sua graça já aqui e agora. Assim nos sentimos motivados a Missão! Já estamos em estado permanente de Missão sob a guia do Espírito Santo. Contatos: Missões Populares Franciscanas – RS Seminário Nossa Senhora Medianeira Bairro Canto Católico – Cx. P. 22 CEP.:96540-000 – Agudo/RS Facebook: Missões Populares Franciscanas - RS Telefone e watts.: (55) 99696-0820 E-mail: mfranciscanasrs@gmail.com ou freileonel@gmail.com #missõespopularesfranciscanasRS Por Frei Leonel Moisés da Silva, ofm - coordenador

  • CELEBRAÇÃO INTER-RELIGIOSA PELA PAZ

    POR OCASIÃO DOS 800 ANOS DO ENCONTRO DE SÃO FRANCISCO COM O SULTÃO A Comunidade São Francisco de Assis, da Paróquia São Cristóvão, de Lajeado - RS, promoveu, no dia 4 de outubro de 2019 a Celebração Inter-religiosa pela Paz. Ela foi motivada por ocasião dos 800 do encontro de São Francisco com o Sultão muçulmano. Esse encontro foi abençoado por Deus porque houve respeito, reverência, diálogo. O face a face do olhar misericordioso mútuo entre São Francisco e o Sultão é testemunho evidente de que a paz é possível entre as diferentes religiões e culturas. A finalidade da celebração foi despertar, nos participantes da mesma, a vontade firme de promover no mundo a cultura do encontro, do diálogo e da paz com o diferente. A celebração teve dois momentos significativos. O primeiro, foi destinado a criar ambiente propício para a celebração através de cantos e da meditação das bem-aventuranças. O segundo, contou com a partilha de representantes de várias denominações religiosas de como cada uma delas constrói a paz a partir de sua espiritualidade. As denominações religiosas presentes foram as seguintes: Igreja católica, esta representada pelo bispo Dom Aloísio Dilli; Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil; religião muçulmana; representantes do budismo e dos afrodescendentes. Texto do Frei Flávio Guerra, ofm

  • DOMINGO TEM FESTA NO SEMINARIO

    O Seminário Franciscano São Pascoal, situado às margens da BR 468 Km 102, em Três Passos - Rs realiza amanhã, dia 06 de outubro a tradicional festa de São Francisco de Assis. A programação prevê missa às 10h. Ao meio dia almoço e pela tarde festejos diversos. Para reserva de cartões ou informações entrar em contato pelo telefone (55) 3522-1652 ou (55) 99888-1889 com o Frei Aldir Mattei, reitor do Seminário. Os freis e seminaristas convidam todos para participar deste evento. Paz e bem!

  • SÃO FRANCISCO DE ASSIS

    UM ANTECIPADOR DA HISTÓRIA Introdução Olhando com um pouco de atenção para a prática religiosa, social e política de Francisco de Assis e seu Movimento Sócio Histórico, de cunho religioso, de ampla repercussão social e política, datado na idade média, no século XIII, impressiona seu profetismo, sua não acomodação no lugar-comum e nos limites de seu tempo, sua capacidade impressionante de ser contra-cultural, com sabedoria e habilidade. Na verdade, um antecipador do tempo histórico, quase um visionário, um homem do seu tempo, mas muito além de seu tempo. Um antecipador do futuro, não no sentido de um oráculo que prevê e se mantêm alheio, mas de criador de energias e processos dinâmicos influenciadores e preparadores da construção de formas novas de viver, conviver, crer e organizar a sociedade. Nem vou me ater ao que já é senso comum, antecipando em 800 anos as intuições que hoje movem a consciência ecológica à nível mundial, reconhecidas pelas pessoas comuns, pelos mais renomados cientistas e consagradas pelo Papa Francisco que dá ao título de sua Encíclica sobre a Casa Comum e a Ecologia Integral as primeiras palavras do poema emblemático de Francisco de Assis, O Cântico das Criaturas, Louvado Sejas – Laudato Si. Refiro-me a outras três intuições e práticas concretas do Mestre de Assis: a Objeção de Consciência e o Movimento Pacifista, a Diplomacia para resolver conflitos bélicos e a Radicalização da Democracia. O Movimento Pacifista e a Objeção de Consciência Objeção de consciência é o que alegam e fazem os pacifistas, quando, em nome de sua consciência, negam-se ao serviço militar e a participar de guerras. Muitos países europeus já instituíram leis estabelecendo o Serviço Civil obrigatório para objetores de consciência. Alguns países punem com prisão quem se nega ao serviço militar. Pois bem. Quando o Movimento Franciscano primitivo ganhou densidade e Francisco passou a ser seguido por multidões de leigos – chegou a constituir uma Ordem Religiosa Leiga – o Santo de Assis exigia-lhes um voto: não portar armas. E aí, nos constantes e comuns recrutamentos de reis, príncipes, senhores feudais e papas para constituir seus exércitos, os leigos franciscanos recusavam em nome do voto prestado, do juramento feito à Ordem Franciscana. Conta a história que gerou crise de falta de combatentes em algumas regiões da Europa. Foi um dos primeiros grandes movimentos pacifistas da história da humanidade e a objeção de consciência como um instrumento prático de recusa à guerra. Só muito tempo depois na história, a objeção de consciência veio a ser adotada na sociedade por movimentos pacifistas como forma de contestar a estupidez das guerras e da violência. Diplomacia Francisco de Assis foi à Quinta Cruzada, organização bélica destinada a retomar os chamados Lugares Santos do cristianismo, onde viveu e foi assassinado Jesus de Nazaré, controladas territorialmente pelos seguidores do profeta Maomé. Muitas vezes, em nome da fé cristã e da Igreja Católica, as cruzadas foram hordas saqueadoras de riquezas dos povos muçulmanos. Francisco escandalizou-se com o mundanismo e a ambição que constatou na quinta cruzada, acampada e se preparando para entrar em guerra contra os muçulmanos entrincheirados na cidade de Damieta, no Egito. Pregou aos cruzados, contra a cruzada. Profetizou sua derrota. Foi desprezado e ridicularizado. Então ele e frei Simplício, que o acompanhava, cruzaram a linha divisória entre os dois exércitos prontos para o combate e foi ao encontro dos muçulmanos na cidade de Damieta. Lá Francisco conseguiu, após muitas peripécias, ser recebido pelo sultão Malik al Kamil, comandante do Exército do Islã. Cada um tentou converter o outro, sem sucesso. Por fim, o sultão concedeu salvo conduto a Francisco e Simplício para adentrarem à Terra Santa e visitarem os Lugares Sagrados do cristianismo. E estendeu este salvo conduto a todos os que vestissem o hábito marron – veste dos frades franciscanos – a transitar livremente pelos lugares santos da fé cristã, sem serem importunados. E atribui-se ao Sultão uma frase lapidar: “ se os cristãos fossem como você, não existiria guerra entre nós”. A quinta cruzada foi fragorosamente derrotada e humilhada e posteriormente a Santa Sé confiou à Ordem Franciscana o cuidado dos Lugares Santos graças a ação diplomática de São Francisco que continuou a ser respeitada pelos sucessores do Sultão de Damieta. O tempo ensinou à humanidade a lição de Francisco e a diplomacia passou a ser adotada para evitar guerras e como forma de solução de conflitos entre povos e nações. Radicalidade Democrática Na tradição apostólico-conciliar, minoritária e contra hegemônica na história do cristianismo, chama a atenção a radicalidade franciscana na forma de organizar a vida entre seus partícipes. Na tradição da Igreja e da Vida Religiosa até então, em sua esmagadora maioria, o poder interno era exercido na forma monárquica e vitalícia. Além do bispo, o prior do mosteiro ou convento, uma vez escolhido, seu mandato era até a morte. O grupo que se organiza a redor de Francisco de Assis inaugura formas radicais de igualdade e democracia nas tomadas de decisão interna na organização religiosa em construção. “Todo poder aos Capítulos”, assim poderia se formular a experiência embrionária e profética da democracia franciscana. A própria expressão “Capítulo”, reunião de todos os frades para tomar decisões e escolher os mandatários, fez parte da revolução linguística inaugurada pela Ordem Franciscana. Os mandatários passaram a ser chamados de “ministros”, os que “ministram”, servem, estão a disposição do coletivo; “guardiães”, que guardam, cuidam. “Prior, superior, chefe”, são expressões não questionadas, mas preteridas e não usadas. E o “Capítulo”, com origem etimológica em “cabeça”, é a Assembleia Geral onde todos opinam, onde as divergências se expressam, os conflitos latejam, pugna-se pela formação de laços fraternos apesar dos conflitos e a decisão tomada coletivamente a todos obriga. E até hoje, nas tradições franciscanas, ao entrar no Capítulo, “todos os cargos caem”, a assembleia é soberana, as funções tem prazo fixado e reeleições são limitadas. Onde Francisco e seu grupo se inspiraram, em pleno século XIII, para criar este tipo de organização, embora interna, embrionária e profética, com tal radicalidade democrática, cercado por culturas e instituições baseadas em seu contrário, é para mim, embora com limitados conhecimentos em história franciscana, até hoje, um grande mistério. Tendo a acreditar na inspiração da experiência apostólico-conciliar dos primeiros cristãos. Retorno ao Evangelho A vida e a prática de Francisco de Assis e seu Movimento reprisam um sempre presente paradoxo do cristianismo: os que retornam com radicalidade ao Evangelho de Jesus e ao compromisso com os pobres e humilhados, projetam o futuro e são projetados para frente e contribuem para construir caminhos novos e melhores para o conjunto da humanidade. Nosso tempo está conhecendo outro Francisco, com características semelhantes, inspirado na radicalidade do Evangelho e no exemplo do homônimo de Assis. Frei Sérgio Antônio Görgen, ofm

  • 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano C

    UMA REFLEXÃO A PARTIR DA ÓTICA FRANCISCANA Leituras: Hab 1,2-3;2,2-4; 2Tm 1,6-8.13-14; Lc 17,5-10 Tema-mensagem: Fé, dom que nos faz crescer na pessoa amada e transportar montanhas Sentimento: fé Introdução: A celebração deste domingo nos leva ao coração de nossa existência ou vida de cristãos: a graça da fé. Nascemos, vivemos e crescemos da fé assim como os raios nascem, vivem, crescem e se expandem a partir do sol. 1. O profeta Habacuc e seus “Por quês” (Hab 1,2-3;2,2-4) Quem nos introduz no mistério da fé, neste Domingo é o profeta Habacuc, um dos menores entre os profetas menores, mas que nem por isso seja de menor importância. O trecho proclamado na primeira leitura de hoje, vem perpassado por uma grande tensão entre Deus e ele. Ou melhor, entre a compreensão que Habacuc tem de Deus e sua ação, sua resposta: a aparente falta de ação e de resposta de Deus. Diante das desgraças, dor, sofrimentos, catástrofes, lutas e contendas pelas quais está passando, tanto ele como seu povo, Habacuc não cessa de implorar. Mas, Deus parece surdo, distante, indiferente. Daí sua primeira lamentação: “Senhor, até quando terei de clamar, sem me atenderes!? Até quando deverei gritar a ti: “Violência, sem me socorreres?” Estamos diante da angústia e do eterno grito do homem de fé de todos os tempos que em meio à sua desgraça, muitas vezes injusta e inexplicável, sentindo-se abandonado, até mesmo pelo seu Deus, não pode, não sabe ou não consegue dizer outra coisa senão e sempre e de novo: “Por quê? Por quê? Até quando, Senhor?”; angústia e grito manifestados pelo próprio Senhor na Cruz: “Pai, por que me abandonaste?” A tensão no coração do profeta, causada pela sua incompreensão diante do silêncio ou do/a (falta) posicionamento de Deus torna-se até mais forte e aguda pelo fato de Javé dar-lhe uma resposta ainda mais “absurda”: servir-se dos babilônios e dos caldeus como instrumentos de sua justiça (Hab 1,5-12). Parece o fim da picada. Está certo que os fiéis sejam e devam ser punidos pelas suas infidelidades, pelos seus erros e crimes, mas que o sejam através do Deus santo e justo e jamais por povos mais ímpios, muito mais pecadores que ele, seu povo eleito. Por que submetê-lo a tamanho vexame e escárnio diante das nações pagãs?! Por isso, em Habacuc 1,12-17, o profeta num gesto de ousadia desafia Deus a dar-lhe uma resposta com uma segunda lamentação: “Não és tu, SENHOR, desde o início, o meu Deus, o meu santo, que não morre?” A resposta vem mais adiante, no capítulo segundo, e que compõe a segunda parte da leitura de hoje. Deus falou a ele e, por meio dele a todos os homens e para todos os tempos. Por isso a resposta devia ser escrita em tábua para que todos a pudessem ler e conhecer: “Escreve esta visão, estende seus dizeres sobre tábuas para que possa ser lida com facilidade” (Hab 2,2). Em primeiro lugar é preciso ser paciente, diz o Senhor. Por isso: “se demorar, espera, pois ele virá com certeza, e não tardará” (Hab 2,3). A caminhada do justo é de fé, de pôr segurança nas mãos de Deus no meio da incerteza, da dúvida e da insegurança do homem. Durante esta espera “o injusto, se inchará de orgulho” (Hab 2,4), isto é de futilidades e vaidades que o levarão, indubitavelmente, à morte. Enquanto isso e ao contrário, “o justo viverá por sua fidelidade” (idem). Este dito, como uma perola preciosa, escondida na profecia de Habacuc, servirá, mais tarde a Paulo para afirmar que só a fé em Cristo nos dará a salvação (Rm 1,17) e a justificação (Gl 3,11). 2. Uma fé que transporta montanhas (Lc 17,5-10) A perícope do Evangelho de Lucas para missa de hoje, começa com um repentino pedido dos Apóstolos: “aumentai, Senhor, a nossa fé” (Lc 7,5) 2.1. Fé, dom de um empenho Diferentemente de outras ocasiões, nas quais a iniciativa da fala é de Jesus, nesta de hoje quem começa são os apóstolos. Além daquela vez em que pediram “Senhor, ensina-nos a rezar” esta é uma das poucas vezes que os Apóstolos se comportam com um mínimo de espírito de discípulos. Nas demais ocasiões haviam se comportado mais como funcionários mesquinhos, carreiristas, sempre desejando e procurando satisfazer os próprios interesses. Aqui, não. Pedem aquilo que constitui a essência de um discípulo: a fé. Tudo indica que a fala, o chamado, a presença do Mestre havia começado a incendiar lhes os corações. Sentem, porém que sua adesão é ainda muito pequena, frágil, limitada. Daí a mencionada súplica. A causa que despertou neles este sentimento com este pedido encontra-se nos versículos imediatamente anteriores nos quais Jesus expusera diversos ditos ou sentenças referentes ao bom andamento da vida comunitária. Entre eles encontramos o cuidado para que se evitem os escândalos, principalmente dos pequeninos e a necessidade de perdoar o irmão não apenas sete, mas setenta vezes sete (Cf. Lc 17,1-4). Ora, o que Jesus propõe, humanamente falando, é completamente impossível. Escândalos e falta de perdão e de misericórdia sempre acompanham os seguidores de Jesus. Daí a surpresa e o pedido dos Apóstolos. Vem, então, a resposta de Jesus: “Se tivésseis fé, do tamanho de uma semente de mostarda...” Uma resposta muito enigmática, estranha e provocativa, principalmente por sua brevidade. Em assunto de tamanha importância, nós esperaríamos uma bela e extensa exposição ou tratado não apenas sobre a fé, mas também e principalmente, sobre o caminho, as orientações, medidas e exercícios necessários para alcançá-la e perfazê-la. No entanto, Jesus, através do exemplo da semente está apontando para o tudo da fé: o mistério do que parece pouco ou pequeno, mas, que contém tudo. Precisamos, pois, olhar para a semente. Nela se encontra o resultado, o fruto de uma longa história de luta, paciência, esperança, mortes e vidas, só para bem receber e fazer frutificar o dom da vida. Assim, neste minúsculo grãozinho, uma longa, admirável e grande história de amor, desejo e paixão de servir. É o milagre da gratuidade da vida que se dá mediante a comunhão da graça e do empenho. O dito de Jesus, não está afirmando que a montanha será transportada para o meio do mar de modo imediato, como que ao toque de uma vara mágica. Está, antes apontando para o trabalho que há de se fazer para que o milagre aconteça: trabalhar, trabalhar, servir e servir, humilde e gratuitamente, sempre e de novo, sem jamais desanimar ou desistir. Há uma pequena e antiga lenda acerca de um galo que tendo de viver num país tomado pelas trevas desejou com tanto ardor que se fizesse a luz, para que assim ele pudesse ver e encontrar os grãos de milho, que a luz de fato se fez. A lenda não está dizendo que a luz de fato, fisicamente apareceu, mas que aquele galo viveu até o fim da vida alimentado pela esperança da luz. Assim é a fé: uma grande paixão, um ardente amor, um profundo desejo que nasce da graça do encontro com a pessoa amada. É o que moveu Jesus desde sua encarnação até a morte e morte de Cruz, quando sim, e então, moveu em definitivo a montanha que o separava do Pai: a Cruz. Por isso, na Cruz, o amor, a entrega de Jesus à vontade do Pai, que o abandona, nunca foi visto ou tratado por Ele como uma desfeita ou desgraça, mas uma bênção, uma graça. Assim, morrendo à própria vontade para estar na vontade, isto é, no abandono, do Pai, Jesus, a exemplo do grão de trigo que morre, nasce de novo, a partir do Pai. Ele é a pequenina semente que contém o tudo de nossa vida: Jesus Cristo crucificado, a fé que nos transporta da montanha do pecado, do afastamento para a proximidade, a intimidade de Deus e dos irmãos. 2.2. Servos inúteis Jesus, segue então sua fala com um exemplo que parece não ter nada a ver com o ensinamento da fé. Tem-se a impressão de que esteja querendo passar-lhes mais um ensinamento: o da humildade. De fato, o exemplo dado no qual o servo está sempre pronto para servir seu senhor contém um belo ensinamento acerca da humildade. Mas, Jesus como bom mestre está querendo introduzir os apóstolos no caminho da fé através de um exemplo. “Vocês querem ter uma fé que transporte montanhas, sirvam, sirvam e sirvam como aquele servo faz ao seu senhor, sempre, a toda a hora, sem jamais esperar nenhuma recompensa, retribuição ou consolação”. Com este exemplo, tudo indica que na pergunta Jesus percebera que os Apóstolos ainda não haviam compreendido a essência do seu discipulado: o caminho de uma fé limpa, pura, totalmente gratuita. Ou seja, ainda estavam um tanto imbuídos do espírito mundano do interesse próprio, de levar vantagem em tudo. Servo, aqui em vez de empregado, funcionário que trabalha por merecimentos ou conveniências é aquele que se coloca à disposição de seu senhor movido pela graça da afeição que nasce do mistério do encontro. Seu pagamento é a alegria de poder servir e nada mais. E isto é fé pura, limpa porque gratuita, sem porquê e nem para quê: Jesus Cristo crucificado, o coração da fé. A graça dos apóstolos de poderem ser seus discípulos ou servos, como Ele é discípulo e servo do Pai. Daí a conclusão: “Assim também vós, quando tiverdes feito tudo quanto vos pediram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’” (Lc 10,17). Por isso, para nós cristãos, fé não é uma crença, uma doutrina, uma verdade, uma emoção, mas uma pessoa: Jesus Cristo crucificado. Por isso, exclamava São Francisco: “Tu és nossa esperança, Tu és nossa fé” (LDA 6). Jesus Cristo crucificado é a semente da fé, do amor, da Paixão de Deus que ao longo dos séculos veio sendo semeada e cultivada sempre de novo no coração dos homens. Esta semente se tornou o resumo do sentido, da felicidade, da alegria, da realização de toda a história dos homens e da criação. É este o sentido da grande exclamação da Igreja quando no coração da missa, logo após a consagração, exclama: “Eis o Mistério da fé”. Assim, se os Apóstolos quiserem realmente um aumento de sua fé devem seguir também eles seu mestre, por este caminho, o caminho da cruz, caminho que transporta montanhas. 3. Não te envergonhes de dar testemunho de Jesus Cristo e de seu Evangelho (2Tm 1,6-8.13-14) Na segunda leitura da missa de hoje, tirada da segunda Carta de Paulo a Timóteo temos um exemplo concreto daquele ensinamento de Jesus aos apóstolos acerca de como se consegue um aumento da fé; de como sair de uma fé, infantil ou “carnal” para uma fé amadurecida, adulta e espiritual. A primeira parte desta carta começa com uma longa exortação para que Timóteo lute corajosamente pelo Evangelho, definido aqui por Paulo como “dom de Deus” que ou porque nos proporciona “um espirito de fortaleza, amor e sobriedade”. Paulo sempre se compreendeu e definiu como um lutador ou combatente do evangelho. Por isso, não podia ser outra a sua exortação a Timóteo, fiel companheiro, ao qual lhe impusera as mãos concedendo-lhe assim, também para ele o dom do episcopado. Provavelmente o ambiente da comunidade de Timóteo era de medo e temor pelas primeiras perseguições que estouravam contra os cristãos por parte dos pagãos. Ora, o que se deve esperar de um cristão ordenado, principalmente de um ungido, senão que seja um cristão forte e batalhador. Jamais um dirigente tímido e excessivamente prudente “segundo a carne”. Por isso, Paulo recorda a Timóteo: “Não te envergonhes de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus” (2Tm 1,8). Diante de um ensinamento tão claro e insistente como foi possível que muitos de nós cristãos tenhamos transformado o cristianismo – as comunidades cristãs, até mesmo as de religiosos – num lugar onde se espera, se deseja e se busca consolações, recompensas, projeções? Na origem do Cristianismo esse desejo sempre foi repelido como diabólico. Jesus rechaça Pedro que queria afastá-lo do caminho da cruz chamando-o de Satanás, os primitivos cristãos iam ao encontro dos seus algozes como quem vai para uma festa e São Francisco de Assis, chega a chamar de perfeita alegria poder suportar em nome de Cristo crucificado o fato de ser maltratado, expulso e arrastado pela neve pelos próprios irmãos. Foi a mensagem de que o cristianismo, a religião não é de consolo mas de luta, de cruz, de fé, ouvida de uma fiel engajada, que começou a questionar a vida cristã acomodada da piedosa leiga Marina, levando-a a sua conversão e a abraçar a Vida e o exemplo de São Francisco professando a Vida e a Regra da Ordem Franciscana Secular (Cf. O Livro de Marina, Pilonetto Adelino, pág, 18). Eis o segredo que os apóstolos buscavam quando pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Por isso, Paulo termina a exortação de hoje: “Guarda o precioso depósito (da fé), com a ajuda do Espírito Santo que habita em nós”. Conclusão A fé cristã tem um caráter próprio que a distingue de todas as demais: ela é uma Pessoa. É o próprio Filho de Deus que botou tanta fé no Pai e nos homens, os filhos amados de seu Pai, que se encarnou, morreu na cruz por nós e continua em nosso meio como o Deus conosco. Por isso, de nossa parte, fé é crer nesta Pessoa e em tudo que ela representa: seu mistério. Crer, neste sentido e dentro da etimologia latina,significa crescer. Poderíamos então transformar o nosso Credo assim: “Eu cresço em Deus Pai, eu cresço em Jesus Cristo, eu cresço no Espírito Santo...”. Neste sentido, crer é empenhar-se para trocar a subjetividade, a carnalidade do nosso eu pelo Espírito do Eu de Jesus Cristo. É trabalho, empenho, obra, luta. Por isso dizia São Tiago que só é possível mostrar a fé pelas obras e não apenas pelas palavras (Cf. Tg 2,18). Durante séculos nós cristãos fomos muito ensinados e estimulados a guardar a fé e pouco a trabalhá-la, cultivá-la. Isso foi e é bom e necessário. Mas, se for só isso nos tornaremos uma semente infrutífera. Pois o destino da semente não é para ser guardada, mas cultivada. Precisa ser transformada em alimento ou semeada a fim de que em morrendo, possa nascer de novo, tornar-se uma árvore frondosa e de muitos frutos para todos. O bem-aventurado frei Egídio, em seu breve tratado sobre a Fé, acentua que fé é um árduo e duro trabalho de trocar todos os bens terrestres pelos bens celestiais e eternos; que os santos procuraram realizar por meio de obras tudo o quanto fosse a vontade de Deus e que o que eles não conseguiram pelas obras o realizaram pelo santo desejo. Depois, termina dizendo que o homem que fizer isso será um homem de fé perfeita e que em pouco tempo chegaria ao estado de perfeição e de salvação. E conclui: “No entanto, um pecador, enquanto vive, nunca deve desesperar da misericórdia de Deus. Pois, dificilmente há uma árvore tão espinhosa e nodosa que os homens não possam fazê-la plana, bela e orná-la. Muito mais, não há no mundo um pecador, por mais grave que seja o seu pecado, a quem Deus não possa adorná-lo de muitos modos com graça e virtudes” (DE 2,22-24). Eis a fé do servo inútil, do cristão, que transporta montanhas porque cresce em Jesus Cristo crucificado. Marcos Aurélio Fernandes e Frei Dorvalino Fassini

  • CPCA CELEBRA 40 ANOS

    O CPCA (Centro de Promoção da Criança e do Adolescente São Francisco de Assis), uma instituição dos Freis Franciscanos do Rio Grande do Sul, com sua sede na Avenida João de Oliveira Remião, 4444, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre – RS celebra, neste ano, quarenta anos de existência. Hoje conta com seis espaços, chamados de casa sede, nos quais desenvolve atividades com crianças e adolescente. Tem como missão: Incidir no processo de desenvolvimento integral do público alvo da assistência social, com vistas a sustentabilidade e fortalecimento da comunidade com base nos princípios franciscanos de respeito a vida e justiça social. Para celebrar este grande acontecimento várias atividades já foram realizadas como seminários, mostra de atividades de cada um dos espaços de atuação e missa de ação de graças. Entre os dias 27 de setembro e 04 de outubro acontece o seminário comemorativo aos 40 anos, com depoimentos, rodas de conversa com familiares das pessoas atendidas e com a participação de grupos, entidades e pessoas que são parceiras em projetos da Instituição. Para o dia 04 de outubro, dia de São Francisco de Assis, estão previstas várias atividades. Pela manhã haverá momento de roda de conversa sobre a temática ternura e vigor na família. Pela parte da tarde segue a programação com a temática ternura e vigor na cultura, onde acontecerão oficinas de violão, gaita e apresentação do Tiago Ramil e das Orquestras São Francisco e Vila Lobos. O encerramento prevê o bolo dos 40 anos e o tradicional parabéns. Para conhecer mais sobre o CPCA São Francisco de Assis acesse: https://cpca.org.br. PARABÉNS CPCA. Segue o link para assistir vídeo comemorativo aos quarenta anos: https://youtu.be/X49zscz6PFo

  • JOVENS DO EMAÚS SE REÚNEM NO SEMINÁRIO SÃO PASCOAL

    ENCONTRO ACONTECEU NO ÚLTIMO DOMINGO EM TRÊS PASSOS - RS No último domingo, dia 29 de setembro, o Seminário Franciscano São Pascoal, em Três Passos - RS foi sede do encontro dos jovens do Emaús da Diocese de Frederico Westphalen. Pela manhã aconteceu a celebração da eucaristia, momento de palestra, seguido do almoço. Durante a parte da tarde foram realizadas dinâmicas de integração do grupo. Participaram do encontro em torno de cem jovens. Os freis do Seminário e seminaristas estiveram envolvidos na realização deste encontro. Segue a foto do grupo.

  • Paróquia São Francisco de Porto Alegre terá programação especial dia 04 de outubro

    Amanhã, dia 04 de outubro, é dia de solenidade para a família franciscana, pois celebramos o dia do nosso fundador São Francisco de Assis. Em Porto Alegre, a paróquia São Francisco de Assis, terá uma programação especial para acolher os peregrinos e devotos deste santo tão popular e que atualmente inspira nosso querido Papa Francisco em suas atitudes e decisões. Para quem estiver pela região metropolitana de Porto Alegre segue a programação da Paróquia São Francisco que fica no bairro Santana: PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE SÃO FRANCISCO 2019 09:00 h – Inicio da bênção da saúde e também da benção das criaturas (Ao longo de todo o dia os freis estarão dando bênçãos) 09:30 h – Missa de São Francisco 12:00 h – Missa de São Francisco 15:00 h – Procissão e Benção das criaturas 19:00 h – Missa de São Francisco e Procissão presidida por Dom Donizete. Ao longo do dia, no salão paroquial, haverá feira de artesanatos, bazar, pastel, cachorro-quente, tortas, churrasquinho e etc. Ao meio dia, para quem quiser confraternizar, o tradicional carreteiro de São Francisco será servido aos devotos no valor de R$ 15,00. A paróquia São Francisco de Porto Alegre localiza-se na rua São Luis, 607, no bairro Santana. Fone: (51) 3223 3244.

  • São Francisco e o Sultão Al-Malik Al-Kamil: Um encontro de 800 anos.

    O ano de 1219 marcou um momento significativo na caminhada da Ordem dos Frades Menores, pois, em maio, aconteceu o Capítulo Geral no qual se decidiu a realização de grandes missões ao exterior. E os frades foram enviados à Alemanha, França, Hungria, Espanha, Marrocos. No mês seguinte, São Francisco partiu para o Oriente. As missões são marcadas por grandes desafios e novidades: os que foram para a Alemanha, França e Hungria sofreram desconfiança e maus-tratos. Os que foram para Marrocos sofreram o martírio. Com o testemunho dos mártires franciscanos Santo Antonio pede admissão na Ordem franciscana. E entre setembro e dezembro daquele ano, São Francisco chega ao acampamento do Sultão do Egito, Malik Al-Kamil (1218-1238). Duas perspectivas de encontro merecem ser consideradas nesta reflexão. O Santo de Assis tinha um sonho antigo pelo qual ansiava por realizar: ir entre os mulçumanos. Desejava anunciar Cristo e seu Evangelho. E queria fazê-lo até as conseqüências do martírio. De sua parte um grande respeito pelo outro. Todos admiravam sua humildade e virtude. Homem simples e iletrado, mas cheio de fervor e enlevo espirituais. Foi ao encontro do Sultão, munido unicamente com o escudo da fé, cheio do Espírito Santo, desarmado e sem nada de próprio. São Francisco foi recebido com atenção pelo Sultão e desfrutou durante um longo período da hospitalidade do chefe muçulmano. Regressou da visita refletindo sobre a missão dos Frades Menores. Por sua vez, o Sultão Malik Al-Kamil era um homem educado e erudito, amante do conhecimento e gostava muito de conversar com os homens sábios, com os quais se detinha por longas horas. Admirava um grupo mulçumano chamado Sufis (Aqueles que usam roupas de lã remendadas). Eram os pobres e místicos do Islã. Eram homens e mulheres que falavam da unidade da existência, falavam de um Deus entendido como Belo, Misericordioso e Amável. Eles eram itinerantes, contemplativos e pobres. Se eles conquistaram a benevolência, o bem querer e a admiração do sultão, não era de estranhar que o sultão se interessasse por São Francisco e seus companheiros. O resultado desse encontro foi uma amizade respeitosa, desinteressada, fraterna, que causou em Francisco e no Sultão novas e boas convicções: o Seráfico Pai regressou são e salvo à sua terra natal, profundamente comovido por esse encontro e amadureceu um novo e criativo jeito de evangelizar para seus irmãos no modo como eles deveriam ir entre os Muçulmanos, e sobre as coisas que os irmãos tinham de fazer e dizer "para agradar ao Senhor". Al-Kamil disse a São Francisco: “Reza por mim, para que Deus se digne revelar-me a lei e a fé que mais lhe apraza”. Os cristãos tiveram acesso à Terra Santa, não pela espada e a guerra, mas pelas vias da paz e do dialogo. E até os dias atuais, a Igreja, e nela os Frades, estão presentes nos lugares sagrados de nossa Salvação. Do encontro de 800 anos nos vem uma grande lição de docilidade, amizade, respeito e acolhida para com o diferente. “Onde houver discórdia, levemos a união” Frei Sergio Moura Rodrigues, OFM. Visitador Geral

bottom of page