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MISSÃO FRANCISCANA EM RORAIMA

Há alguns anos a Igreja fazia uma profunda reflexão para que voltasse seus olhos para a Amazônia e pudesse ter uma atuação mais intensa junto aos povos desta região. Algumas dioceses estimularam, entre o clero, o desafio missionário. Também as congregações religiosas foram respondendo aos desafios e enviando missionários para atuar, especialmente nas periferias das cidades que cresciam rapidamente. Neste contexto também nós, frades franciscanos da Conferência dos Frades Menores do Brasil assumimos manter uma fraternidade missionária em Roraima. Nossa Província São Francisco tem mantido um ou mais frades desde 1992, quando a Missão foi aberta, até os dias atuais. Atualmente compõem a fraternidade os freis Dario Tafarel (Custodia Sete Alegrias – MT), Frei José Duvan Tabarquino (Custodia São Benedito - PA), Frei Luis fernando Tavares e Frei Pedro Gremias Bruxel (Província São Francisco de Assis –RS).

Ao longo destes anos nossa contribuição foi sempre em resposta às necessidades da Igreja local: na formação e acompanhamento de comunidades na periferia da Boa Vista, nas áreas indígenas, na Comissão Pastoral da Terra, na Fazenda da Esperança, na visitas aos enfermos em hospitais, na Cáritas Diocesana, no Curso de Teologia para Leigos, na administração diocesana, além de outras contribuições pontuais. Para além das atividades pastorais, nossa fraternidade missionaria, por seu modo de vida, tem significado testemunhal. Somos irmãos que inspirados no carisma franciscano, colocamos nossos dons e nossa vida em comum. A vida simples e doada, o trabalho doméstico, a economia solidária, a vida de oração e o zelo fraterno e pastoral, apesar dos nossos limites humanos, são um grande dom para a Igreja de Roraima.

O momento atual da nossa missão, como de toda a Igreja de Roraima, tem sua atenção voltada aos milhares de imigrantes venezuelanos que adentram o estado em busca de dias melhores. A situação politica e econômica do país vizinho, tem feito famílias migrarem atrás de trabalho e condições de vida digna para si e muitas vezes até poder enviar alguma ajuda a seus familiares que lá permanecem. Esta realidade toca muito a vida da nossa cidade e são um constante clamor à solidariedade. Em conjunto com outras organizações como o Exército Brasileiro, ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) e diversas denominações religiosas, são buscadas soluções para diminuir o sofrimento e a dor de tantas pessoas.


Além de diversos serviços específicos voltados aos imigrantes, organizados pela Igreja Católica e outras organizações, temos empenhado forças para despertar iniciativas nas comunidades. Algumas tem organizado cursos de Língua Portuguesa, preparação e distribuição de alimentos, distribuição de cestas básicas. Além da ajuda com alimentos e outras necessidades, o acolhimento e integração social tem favorecido muito para o bem-estar social destas pessoas. Em contrapartida, este grande desafio nos tem enriquecido com a experiência, no despertar da vivência do amor evangélico e com os dons que também eles têm para compartilhar conosco.

Este tempo precioso do Sínodo da Igreja está sendo também um sinal do Espírito Santo que quer mover a Igreja toda e as pessoas de boa vontade a olhar para os povos e toda riqueza da criação, especialmente na Amazônia, com os olhos do Reino.


Frei Pedro Geremias Bruxel, ofm.

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