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O Advento é tempo de espiritualidade. Deixemo-nos guiar pelo Espirito, como fez Maria: “O Espírito Santo virá sobre você, e a força do Altíssimo a cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35). Essa espiritualidade tem raízes desde a criação do mundo, em que Deus coroa sua criação e faz a aliança com a humanidade. “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,26), reconhecendo suas obras que eram muito boas. O Ciclo do Natal é a concretização do sonho divino. Presente no evangelho de João que afirma: “a Palavra se fez homem e armou sua tenda no meio de nós” (Jo 1, 14), e esse fato se tornou a mais elevada expressão de amor de Deus pela humanidade: “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu Filho único” (Jo 3,16). Celebrar o advento e sua simbologia, presépio, coroa com as velas e o tempo e o subsídio para os grupos de família da cnbb.

Com São Francisco de Assis e o seu primeiro presépio, uma representação do nascimento de Jesus numa manjedoura de palhas, acompanhado pelos animais. Um lugar simples mais enriquecido com muita ternura e amor. São Francisco chamou os moradores próximos para que estivessem no local, para que assim relembrassem a noite do nascimento em Belém do Menino-Deus. O nascimento de Jesus num estábulo junto com os animais, Deus nos quis dar um recado claro e sem dúvidas sobre a humildade e a beleza da pobreza quando é uma alternativa de vida.

O presépio nos mostra a luz e a beleza na representação do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. Com isso São Francisco iluminou e reacendeu a fé que estava adormecida entre o povo naquela época, um costume que perpetuou na Igreja até os nossos dias. Foi um momento extraordinário da revelação do Verbo que se fez carne, Cristo tornou-se condição de homem para estar entre os homens.

Na ternura do presépio notamos a força divina daquele momento do nascimento do Senhor, São Francisco levou isso ao povo para estimular o renascimento no coração de muitos que o já havia esquecido. Uma encenação que se perpetuou até os dias de hoje e corre pelo mundo ainda com o mesmo objetivo: relembrar o singelo momento do nascimento do Salvador.

A Coroa do Advento é composta de quatro velas, é montada para estar presente nas casa e no altar, nas celebrações nas Igrejas. Também, usa pendurar uma coroa (guirlanda), na porta da casa. A Coroa de Advento e seus elementos, as velas, forma circular (aliança de Deus), os ramos verde, faixa vermelha, etc. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada.

O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Iniciando no domingo 01 de dezembro, e se prolonga até o dia 24 de dezembro, em que começa o Tempo de Natal. As leituras e o evangelho deste tempo nos convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora e cada dia. Somos convidados a viver com mais alegria, pois está próxima a promessa de Deus.

A primeira semana, está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos. A liturgia nos convida a estar em vela, mantendo uma especial atitude de conversão. “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”. A segunda semana nos convida, por meio do Batista a “preparar os caminhos do Senhor”; isso é, a manter uma atitude de permanente conversão. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. A terceira semana preanuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor. O evangelho nos relata a visita da Virgem à sua prima Isabel e nos convida a repetir como ela: “quem sou eu para que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Conforme Maria, estarmos alegres e dispostos a ajudar e servir os que necessitam. Finalmente, a quarta semana nos fala do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é figura central, e sua espera é modelo e estímulo da nossa espera. Com Maria, aceitar e acolher a Cristo que é a Luz do Mundo. Como já está tão próximo o Natal, nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos; agora nos resta somente esperar a grande festa.

Nas famílias e nas comunidades devemos viver a harmonia, a fraternidade e a alegria que esta celebração representa. Todos os preparativos para a festa deverão viver-se neste ambiente, com o firme propósito de aceitar a Jesus nos corações.

A Igreja do Rio Grande do Sul, em sintonia com o tempo do advento, preparou para celebrar a nível pessoal, na família, na comunidade de fé, um subsídio de preparação e celebração para o Natal. Cada um é convidado, com humildade, pedir a Deus a graça de preparar-se para celebrar o Natal “com a coragem da fé”. Natal é uma festa do encontro do céu e da terra, do divino e do humano, de “Deus conosco”. É uma festa marcada pela fragilidade da vida e pela força do amor e da família que acolhe e protege a vida. Por isso, somos convidados a “sair” com alegria, a pôr-se a caminho, ao encontro dos vizinhos, dos irmãos e irmãs da comunidade a participarem dos grupos de famílias em preparação para o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo.


Frei César dos Santos Machado


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