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Pistas homilético-franciscanas


Leituras: Jr 20,10-13; Sl 68 (69); Rm 5,12-15; Mt 10,26-33

Tema-mensagem: “Não temais! ”... “Não temais! ”... “Não temais! ”


Introdução

Em cada Domingo, a Igreja celebra alguma das maravilhas de seu mistério, vocação e missão no mundo e para o mundo. Nesse domingo, celebramos a graça de sermos profetas, anunciadores de Jesus e de seu Reino no meio das perseguições e adversidades mas, também, a graça do alento que nos é concedida pelo reencontro com o Senhor da Messe e sua tríplice exortação: “Não temais!”

1. O profeta, perseguido pelos homens, mas salvo por Deus (Jr 20,10-13)

Quem abre a Liturgia da Palavra de hoje é o grande Jeremias, um dos maiores, senão o maior de todos os profetas do Antigo Testamento e, quem sabe, justamente por isso, também, um dos mais desprezados e perseguidos.

1.1. O profeta chora as perseguições dos homens e o abandono de Deus

Como os demais profetas, também ele, é, no verdadeiro sentido da palavra, um “homem de Deus”, isto é, alguém que está na experiência de ser tomado pelo Espírito de Deus, pulsante em sua Palavra. Lançado para fora de si mesmo, e conduzido para dentro da intimidade de Deus e de sua Palavra, o profeta é e será sempre um homem profundamente marcado pela solidão e pela perseguição por parte dos homens e do mundo.

No trecho de hoje, Jeremias começa com a descrição do mundo que o circunda. De início, apenas ridicularizado como um anunciador de desgraças, o “terror de todos os lados” (Jr 20,3). Depois, por toda a parte, só ouvia ameaças: “Denunciai-o!”, “Denunciemo-lo!” (Jr 20,10). O julgamento sumário e o linchamento popular, procedente, justamente, dos seus amigos mais íntimos, pairavam como uma ameaça iminente sobre sua cabeça. Espreitavam-no, esperando por um vacilo qualquer a fim de ter motivos de processá-lo. De fato, sob o aspecto humano, Jeremias tem mais que se queixar ao seu Senhor. É como se dissesse: “Tu me chamaste, me seduziste, me possuíste, e agora me deixas na mão!?” Um pouco antes chegara a exclamar: “Senhor, tu abusaste de minha ingenuidade, sim, eu fui bem ingênuo; usaste de força comigo e alcançaste o teu objetivo. O dia todo, sou objeto de zombaria, todos caçoam de mim” (Jr 20,7). A palavra de Deus, portanto, torna o profeta um solitário, um mal visto e perseguido, principalmente pelos seus. Em vão, tenta esquivar-se da Palavra (Jr. 1,4-10). Enfim, Jeremias se experimenta como uma jovem acariciada, a uma virgem de quem Deus se apoderou por entre seduções e condutas invasoras e, depois, é abandonada e largada à própria sorte (Jr. 20,7-9).

Entretanto, de repente, não mais do que de repente, o próprio profeta, e com ele também nós, se surpreende exclamando: “Mas, o Senhor está comigo como herói poderoso, e os meus perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida” (Jr. 20,11).

Mais que um desejo de vingança contra seus inimigos, Jeremias vê nascer de seu íntimo um sentimento de esperança em favor da justiça, isto é, de que as coisas sejam esclarecidas, que voltem aos seus devidos lugares. Pois, sua causa não é sua, mas de seu Senhor, como ele próprio é todo Dele. Por isso, exclama: “Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós confiei minha causa” (Jr. 20, 12). Dessa experiência, de que Deus conhece o íntimo mais profundo do coração de seu eleito, é que nasce a confiança; confiança que se transforma em esperança de que Deus jamais haverá de abandonar seu eleito, o “pobre” às mãos de seus inimigos.

Por tudo isso, ou seja, por toda essa experiência de ser um “nada”, Jeremias se vê como um “pobre homem” (Jr 20,13), um coitado, um “idiota”, isto é, um homem totalmente singularizado e individuado pela sua solidão. Por isso, não é difícil intuir em Jeremias a figura, a vida e o destino do futuro Messias, o verdadeiro pobrezinho e idiota de Deus. Também Ele, como esse, empenhou toda sua vida e expôs toda sua pessoa ao ridículo, à perseguição por parte dos seus, ao desterro, até à morte, em testemunho da autenticidade de sua mensagem. Enfim, tanto num como noutro, jamais se ouviu qualquer lamento contra o seu Senhor. Basta-lhes a recordação da graça de terem sido chamados por Ele para a honrosa missão de anunciar sua palavra. Por isso, como Jesus no alto do Gólgota se entrega todo ao Pai, Jeremias conclui seu discurso conclamando todos ao louvor de seu Senhor: “Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois salvou a vida do pobre das mãos dos perversos” (Jr 20, 13).

No grego antigo, idiota significava aquele que é totalmente ele próprio, único, singular (ídios), o fora-do-comum, dos padrões, dos paradigmas, um “a-normal”. Por isso, colateralmente, a palavra tinha também um sentido pejorativo de imbecil. No cristianismo, todo esse rico e misterioso significado se renova e atualiza cada vez que alguém se decide seguir Jesus Cristo, vivendo na radicalidade a proposta de seu Evangelho. Exemplos claros podemos ver em Santa Joana D’Arc, São Francisco de Assis, Santa Tereza de Calcutá e muitos outros.

2. Não temais (Mt 10,26-33)

O evangelho de hoje faz parte, ainda, do “discurso da missão”, no qual, Jesus, além de suas instruções, anuncia a seus discípulos, também, as perseguições que terão de enfrentar (Cf. Mt 10, 16-25). Além do mais, no tempo em que Mateus escreveu “seu” Evangelho, estava ainda muito presente entre os discípulos de Jesus seu final ”trágico”. A crucificação e as perseguições e, até mesmo, o martírio já faziam parte do cotidiano da Igreja (Cf. o protomártir Estevão). Justificam-se, assim, as palavras que ouvimos no evangelho de hoje, cuja mensagem central vem resumida na tríplice exortação: “não temais!”.

2.1. Não temais os homens - sua opinião e seu juízo.

É evidente que, com essa exortação, Jesus não queria que seus discípulos alimentassem falsas ilusões: que ninguém pode pretender segui-lo de verdade sem compartilhar, de alguma maneira, de sua sorte. Em algum momento, alguém nos rechaçará, maltratará ou condenará. O que fazer? A resposta de Jesus lhe sai de dentro: ‘Não tenhais medo’ (O Caminho aberto por Jesus, Mateus, Pagola, p. 119).

Nesse primeiro “não temais” (me phobethete), Jesus quer incutir no ânimo de seus apóstolos o destemor, a coragem, para que o medo não impeça a proclamação aberta do Evangelho, da Boa Nova, da Alegre Notícia, do Reino de Deus, do seu amor, da sua graça no mundo e para o mundo. Os discípulos-enviados, os mensageiros dessa jovial mensagem, não devem ter medo dos homens que se lhes opõem, resistem, e até mesmo os perseguem. O mensageiro está com a Palavra e a Palavra está com o mensageiro, agora e sempre. Cristo é essa Palavra. Ele é não apenas o que envia os mensageiros, mas, também, a própria Mensagem. É, com efeito, Nele que o Reino dos Céus se tornou próximo dos homens. E Ele não vai abandonar seus mensageiros como, outrora, também Ele não fora abandonado pelo Pai. Comentando esse mistério, assim se expressa o pastor alemão Bonhoeffer:

Aquilo que agora se realiza para eles no escondimento não ficará escondido, mas será manifesto aos olhos de Deus e dos homens. Mesmo o mais secreto padecer que lhes foi infligido tem a promessa de vir um dia à luz, como juízo contra os perseguidores e para a glória dos mensageiros. Mas, nem mesmo o testemunho deles deve ficar na obscuridade, antes, deve se tornar um testemunho público. O evangelho não deve reduzir-se a um negócio de uma seita secreta, mas deve ser pregado publicamente. Mesmo se esse, hoje aqui e ali, deve viver apartado, essa pregação no tempo final encherá toda a terra, para a salvação e a reprovação. E o Apocalipse de João profetiza: “Vi um anjo voar no meio do céu, levando um evangelho eterno a anunciar àqueles que habitam na terra, a todos os pagãos, as tribos, as línguas e os povos” (14, 6). Por isso: “não temais! ” (D. Bonhoeffer, Sequela, p. 199)

O crente acolhe tudo, principalmente as perseguições, as violências, como um envio de Deus. Não se trata de uma acolhida rancorosa nem resignada, mas serena, sim, até mesmo alegre, jovial e como realização da perfeita alegria: “Felizes sois vós quando vos insultam, vos perseguem e, mentindo, dizem contra vós toda espécie de mal por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque grande é a vossa recompensa nos céus: foi assim, com efeito, que perseguiram os profetas que vos precederam” (Mt 5,11-12). É a “Perfeita Alegria” que ensina São Francisco a Frei Leão no conhecido capítulo 7 dos Atos do Bem-aventurado Francisco e dos seus Companheiros (I Fioretti, 8).

O homem apostólico, como homem profético, é tão fora do comum que chega a amar e a procurar a perseguição. São Francisco, “vir totus apostolicus” (varão inteiramente apostólico), a cobria com os ais belos, carinhosos e expressivos títulos: “Senhora”, “Consumação das Virtudes”, “Fiel Ajudante”, “Forte Auxiliadora”, “Conselheira Prudente” (SC 13). E, falando da história e da vida dos primeiros frades de sua Ordem, acrescentava: Ela, quando via alguns esfriarem na caridade ou esquecerem, mesmo por pouco, as coisas celestiais ou, de qualquer maneira, porem o coração nas coisas terrenas, imediatamente trovejava, imediatamente movimentava o exército, imediatamente enchia de ignomínia a face dos meus filhos para que procurassem o nome do Senhor (SC 13).

Na segunda exortação (“não temais”), o encorajamento de Jesus é ainda maior: “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo” (Mt 10,28). A esses não há que temer, mas, ao contrário, a exemplo de Jesus, que chamou de amigo a Judas, seu traidor, devemos ser-lhes muito agradecidos. Por quê? Porque pelos maus tratos e pela morte que nos infligem nos concedem a graça de poder segui-Lo e imitá-Lo mais de perto e mais radicalmente, e de amar o Pai e os irmãos como Ele imitou e amou. Ouçamos, de novo, Bonhoeffer:

Não são os homens que se devem temer. Estes não podem fazer grande mal aos discípulos de Jesus. O poder deles termina com a morte corporal. E os discípulos devem vencer o temor da morte graças ao temor de Deus. Não é o juízo dos homens, mas aquele de Deus, não a ruína do corpo, mas a ruína eterna do corpo e da alma que constitui um perigo para o discípulo. Quem teme os homens, não teme Deus. Quem teme Deus, não teme mais os homens. Essa afirmação deve ser recordada cotidianamente pelos pregadores do Evangelho (D. Bonhoeffer, Sequela, p. 199-200).

A mensagem, portanto, é grande e importante demais para ficar “escondida ao pé dos nossos ouvidos” (Mt 10,27); é segredo de vida ou morte para a humanidade toda, e toda sua história, que precisa ser “proclamado sobre os telhados” (Mt 10,27). Por isso, tudo o que Jesus ensinou nas pequenas aldeias da Galileia e da Judéia, ou em Jerusalém, há de ser proclamado sem “temor humano”, aberta e publicamente, nas grandes cidades de todo o orbe terrestre. Jesus deu a arrancada. Os Apóstolos e, depois deles, todos seus discípulos deverão completar a obra desse anúncio. Faz bem recordar aqui, o testemunho de Paulo:

Agora, acorrentado pelo Espírito, eis-me a caminho de Jerusalém; não sei qual há de ser lá minha sorte, mas, em todo caso, o Espírito Santo me atesta, de cidade em cidade, que cadeias e tribulações estão à minha espera. Aliás, na verdade não atribuo valor algum à minha vida; minha meta é levar a bom termo minha carreira e o serviço que o Senhor Jesus me confiou: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus (At 20, 22-24).

Quantas memórias a Igreja guarda dos mártires do evangelho! O seu sangue foi semente de novos cristãos. Basta ler o martirológio romano para ver, a cada dia, quanto e como os cristãos dos mais diversos tempos e condições testemunharam Cristo e sua Boa Nova diante do mundo, até mesmo à morte cruenta.

2.3. Não temais: vós valeis mais do que os pardais.

Nosso Senhor Jesus Cristo praticou o que ele ensinou a seus discípulos no evangelho de hoje. Perseguido, maltratado, crucificado não cessou de proclamar o Evangelho, a Boa Nova de que o Pai Dele é nosso Pai; que esse Pai não está apenas no céu, mas em toda a parte e em cada um de nós, cuidando de cada uma de suas criaturas com amor de mãe; cuidado que se pode contemplar no sustento das criaturas, até das mais indefesas como os pardais ou os lírios do campo; cuidado que desce até os mínimos detalhes, como se pode ver na alusão aos cabelos de nossas cabeças.

A morte dos mensageiros é, em todo o caso, preciosa aos olhos do Pai. Suas vidas lhes são mais preciosas do que as vidas dos pardais. Ouçamos mais uma vez Bonhoeffer:

A potência dada aos homens por breve tempo sobre essa terra não é sem que Deus o saiba ou o queira. Se caímos nas mãos dos homens, se a potência humana pode nos infligir paixão e morte, todavia somos certos de que tudo vem de Deus. Ele, que não vê cair por terra nem mesmo um pardal sem o próprio saber e querer, não permite que aconteça aos seus nada que não seja bom e útil para eles e para a causa em que estão empenhados. Estamos nas mãos de Deus. Por isso “não temais!” (D. Bonhoeffer, Sequela, p. 200).

Coragem e medo, portanto, sempre estão intimamente ligados e são profundamente proporcionais à experiência da graça do encontro ou do reencontro com Deus, com seu amor, seu cuidado. Ora, por que ou como haverá de temer a criança, em meio às chamas do incêndio da casa, se estiver nos braços da mãe ou do pai!? Assim, e muito mais, deve ser, portanto, o sentimento dos discípulos-enviados, os mensageiros dessa jovial mensagem que é o Evangelho.

Além do mais, há um elo de profunda comunhão e enraizamento comum entre perseguidores e perseguidos: O Pai e seu reino. Ou seja, o Pai que Cristo e seus seguidores anunciam é o mesmo que vive escondido no coração de cada perseguidor e de cada perseguido. É a partir desse poder, vindo do alto, que o primeiro pode perseguir e condenar e o segundo suportar jovial e corajosamente as perseguições. Basta lembrar a resposta de Jesus a Pilatos na cena do processo de condenação: “Nenhum poder terias sobre mim se não te fosse dado do alto” (Jo 19,11), ou Saulo de Tarso que, quanto mais perseguia Jesus, mais Esse o procurava, o seguia e o acompanhava.


3. Maior que Adão, Cristo, maior que o pecado, a graça (Rm 5,12-15)

A segunda leitura de hoje é da Carta aos Romanos, de São Paulo, o apóstolo que de perseguidor passou a ser perseguido por causa de Jesus Cristo e que como o Mestre deu sua vida por causa do Evangelho. Nesses poucos versos, encontramos uma bela síntese da teologia de um lado do pecado original e suas consequências e de outo lado da graça salvadora de Jesus Cristo.

O resumo dessa sua teologia vem assim descrita: A transgressão de um só levou a multidão humana à morte; mas, foi de modo bem superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos (Rm 5,15).


Conclusão

A história da Igreja, a exemplo de seu Mestre, é feita de resistências, perseguições e até de mortes. Se não for aqui, é lá, se não for hoje, será amanhã, ou depois. Nem sempre, porém, isso se dá por sua fidelidade ao Evangelho, a Jesus Cristo. Pode dar-se, justamente, por seu comodismo e falta de coragem em defender os princípios básicos do Reino de Deus, como a liberdade, a fraternidade, os direitos humanos, a justiça, etc. A fragilidade dos cristãos – o pecado - fez e faz com que muitas vezes a Igreja sofra perseguições justamente porque ela, através, principalmente de seus pastores, não soube ou não sabe ou não teve ou não tem a coragem do profeta para denunciar corrupções e até mesmo genocídios.

Hoje, faz-se necessário discípulos-enviados que sabem viver a solidão e o compromisso histórico com o mundo como Jeremias; discípulos que tenham no coração o fogo profético e a cordialidade e a coragem apostólica. Pior que a diminuição de fiéis, o esvaziamento de igrejas e de conventos, é o arrefecimento e a deterioração do espírito humano e cristão. Onde estão os homens verdadeiramente humanos, os cristãos verdadeiramente cristãos e profetas, anunciadores do novo Reino, inaugurado por Cristo?! Como reacender e reavivar em nossa alma a chama do profeta acesa em nosso coração desde o dia em que pelo batismo fomos mergulhados no mistério de Cristo, o profeta dos profetas? Certamente, essa é a grande questão que se levanta hoje, e que angustia a todos: COMO ser seguidor-anunciador de Cristo?

O Papa Francisco nos aponta, como exemplo, e modelo São Francisco de Assis, o homem verdadeiramente apostólico e humano, a ponto de ser proclamado como “o homem universal”, o “único cristão” que mais se assemelhou a Cristo, depois de Maria, a ponto de ser chamado um “outro Cristo”. Como em Jeremias e em Cristo, também nele ardia o fogo da Palavra que o levava a percorrer povoados e cidades para anunciar a cada um a Boa Nova da Igreja, assim resumida pelo nosso Papa: «Jesus Cristo te ama, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar» (EG 164).

Além de São Francisco, dos Apóstolos Pedro e Paulo, no mês de junho, podemos recordar, também, outro belo e grande exemplo de profeta-evangelizador, companheiro de São Francisco: Santo Antônio, proclamado “Doutor do Evangelho”, a “Marreta dos hereges”. Marreta porque em suas palavras o amor de Deus ardia tão intensa e claramente que chegava a derreter os corações endurecidos, até mesmo dos mais incrédulos ou hereges.

Segundo ele, todo cristão deve ser um profeta, cheio do Espírito Santo, capaz de falar as várias línguas. As várias línguas, dizia ele, são os vários testemunhos de Cristo: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência. E acrescentava: “Falamos essas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto os discursos e falem as obras. Estamos fartos de palavras, mas vazios de obras” (Sermão no Ofício das Leituras, da Festa de Santo Antônio). E arrematava, citando São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega” (Idem).

Certamente, mais do que em outros tempos, invadidos a toda a hora por milhares e milhares de mensagens insossas, que nos chegam através das redes sociais, vale a máxima de Santo Inácio de Antioquia: “É melhor ser cristão sem dizê-lo, do que proclamá-lo sem sê-lo” e o dito do Papa Bento XVI: “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração” (EG 14).


Fraternalmente,

Marcos Aurélio Fernandes e Frei Dorvalino Fassini, ofm

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