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Protagonistas de uma Igreja em saída

"Precisamos de homens e mulheres, leigos e consagrados, apaixonados.” (Papa

Francisco, 2019). Toda vocação é um chamado de Deus, pois é Ele que nos

escolhe, nos chama e nos envia. Neste mês vocacional, celebramos também a

vocação leiga, essencial para o mundo que vivemos. A missão de ser presença do

Cristo vivo e ressuscitado é desafiadora e ao mesmo tempo, gratificante.

A fé nos desafia e nos move. Crer é deixar-se a si mesmo, é transformar-se ao

centrar a vida em Jesus Cristo, abandonando a comodidade ao acolher o Seu

Evangelho revolucionário. E esse é um dos maiores desafios da experiência de fé,

não apenas aos consagrados e consagradas. A Igreja, que Francisco escutou o

chamado a reconstruir, é firmada na fé de cada homem e mulher, jovem e criança,

que acredita no projeto de Deus e se dispõe a colocar sua vida e seus dons à

serviço da Igreja. Cada leigo é chamado a reconstruir, nos mais diversos

movimentos e pastorais, dentro de suas famílias e na comunidade de fé. E para

isso, não se faz necessário inventar um novo estilo de vida, mas sim, viver o

proposto no Evangelho de Cristo. São Francisco fora considerado um louco no seu

tempo ao colocar em prática os ensinamentos de Jesus. Como leigos, precisamos

ser ousados e apaixonados, em busca da construção do Reino de Deus.

A missão do leigo ultrapassa os trabalhos pastorais desenvolvidos dentro das

comunidades eclesiais. A sociedade, especialmente pelo contexto que se encontra,

precisa de leigos protagonistas, questionadores e com força para lutar. Evangelizar

no mundo de hoje exige coragem e paixão, pois “a vocação brota do coração de

Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Isto

significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar, também, obstáculos,

fora e dentro de nós” (Papa Francisco, 2014). A missão leiga se realiza na Igreja, no

trabalho, na família, na política e em todos os espaços que estamos inseridos.

Testemunhamos o Evangelho nos mais diversos lugares e neles somos chamados a

ser sal e luz de Cristo. Cada leigo é um missionário nos ambientes em que vive,

defendendo a Criação e a dignidade de cada ser vivo. É, em meio ao caos e as

rotinas estressantes, ser sinal do Evangelho, permitindo-se transformar e agir com

discernimento e fé. E nessa missão, novas vocações podem ser despertadas a

partir do encantamento. Precisamos dar testemunho da nossa fé nas ações

cotidianas, nunca perdendo de vista o nosso ponto de partida, Jesus de Nazaré

(2Ctln 11).


"Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, para o Senhor, não para os homens,

certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo,

Senhor” (Col 3, 23-24)




Katherine Bianchini Esper, JUFRA.

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